China está deslocando militares para fronteira com Hong Kong
Posted by Thoth3126 on 14/08/2019
Os ataques contra dois chineses do continente no aeroporto de Hong Kong na noite de terça-feira por manifestantes anti-governo provocaram uma tempestade de críticas no continente. Os dois homens – Xu Jinyang e Fu Guohao, que mais tarde foram identificados como repórteres do tabloide estatal Global Times – foram atacados e espancados por manifestantes de Hong Kong, que suspeitavam serem policiais disfarçados. O Presidente dos EUA afirma que recebeu informe sobre movimentos de militares, e mídia chinesa divulga imagens de blindados na divisa com a cidade. Manifestantes e policiais entram em confronto em novo dia de protestos pró-democracia.
Tradução, edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
Trump diz que China está deslocando tropas para fronteira com Hong Kong. Ataques nos aeroportos de Hong Kong provocam frenesi nacionalista na China continental.
Os ataques da noite de terça-feira provocaram indignação generalizada nas mídias sociais
A mídia estatal lidera elogios aos dois homens feridos, mas alguns comentaristas também criticam o governo central pelo aparente fracasso em tomar medidas mais duras
Hu Xijin, editor-chefe do Global Times , condenou na quarta-feira “a detenção ilegal e atos graves de violência”, acrescentando que saúda Fu por “não se render aos manifestantes” em nome do jornal. O Diário do Povo , porta-voz do Partido Comunista, elogiou Fu por sua “masculinidade”. “Vamos nos lembrar de Fu Guohao e sua imponente retidão enquanto está detido”, disse em um post amplamente divulgado no site de microblogs Weibo. “É assim que um chinês digno e correto deveria ser.”
Manifestantes e policiais entraram em confronto no aeroporto do território chinês de Hong Kong
As notícias sobre os ataques se espalharam como um incêndio no continente, onde o sentimento do público em relação a Hong Kong já endureceu nas últimas semanas, após uma campanha de propaganda liderada pelo Estado para desacreditar os protestos. Poucas horas depois dos ataques, a mídia estatal começou a postar condenação dos manifestantes e tentou reunir apoio para as duas vítimas.
Em um sinal de uma tentativa de pacificar a raiva nacionalista fervente, as seções cuidadosamente comentadas do Weibo para o People’s Daily e a emissora estatal CCTV foram dominadas por apelos à calma e – mais importante – chama o público a ter fé no manejo da situação pelo governo central. .
“Todos, por favor, acalmem-se e sejam racionais. O governo central deve ter seus próprios planos que talvez não saibamos. Devemos manter a calma e apoiar o [governo] resolutamente”, dizia um desses posts. “Por favor, não se emocione, e certamente não exerça nenhuma pressão sobre o [governo].” Mas alguns continuaram não convencidos. “É somente porque o [governo] central manteve-se impedido de agir, e chegamos a uma situação como esta hoje. Como alguém pode confiar [no governo central]? ”, Dizia um comentário.
O Presidente dos EUA afirma que recebeu informe sobre movimentos de militares, e mídia chinesa divulga imagens de blindados na divisa com a cidade. Manifestantes e policiais entram em confronto em novo dia de protestos pró-democracia.
Foto de 6 de agosto mostra policiais chineses participando de um treinamento em Shenzhen, na divisa com Hong Kong
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (13/08) que recebeu informações de inteligência que apontam que o governo da China está movimentando tropas para a fronteira com Hong Kong, aumentando o temor de uma possível intervenção chinesa para conter as manifestações no território.
Há quatro meses a ex-colônia britânica vem sendo palco de protestos pró-democracia que vêm desafiando o regime de Pequim.
“Nossa inteligência nos informou que o governo chinês está movendo tropas para a fronteira com Hong Kong. Todos devem permanecer calmos e a salvo!”, escreveu Trump no Twitter.
Our Intelligence has informed us that the Chinese Government is moving troops to the Border with Hong Kong. Everyone should be calm and safe!
O presidente norte americano também retuitou um vídeo que mostra dezenas de caminhões militares em uma via pública. A descrição aponta que a movimentação foi registrada em Shenzhen, cidade chinesa na divisa com Hong Kong, que ainda mantém status administrativo e econômico separado da China.
No mesmo dia, veículos da imprensa estatal chinesa divulgaram vídeos que mostram formações de blindados se deslocando para Shenzhen. Os veículos trazem identificações da Polícia Armada Popular, uma força policial chinesa com organização militar que é empregada para conter revoltas e protestos.
Nos últimos dias, Pequim tem demonstrado impaciência com os manifestantes em Hong Kong. Na segunda-feira, o governo chinês afirmou que está vendo “sinais incipientes de terrorismo” nas manifestações. No início do mês, o Exército chinês também divulgou um vídeo que mostra um exercício militar em que soldados agiam para conter uma manifestação encenada, no que foi encarado como um recado para os participantes dos protestos em Hong Kong.
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