sábado, 31 de janeiro de 2015

SPARTACUS E OS GLADIADORES

Prof. Dr. Oscar Luiz Brisolara
Milão, monumento a da Vinci
Os gladiadores eram uma espécie de desportistas, em Roma, deste a antiguidade. Muitos se tornavam famosos e tinham clubes de fãs, como é o caso de Spartacus ou Espártaco, aportuguesado.
Os romanos eram apaixonados por espetáculos que envolvessem sangue e morte. Construíram-se muitos estádios para esse tipo de luta, sendo que o mais famoso dele ficou conhecido pelo nome de Coliseu, Colosseum, em latim, Colosseo, em italiano, por estar, ao lado dele, a colossal estátua construída por Nero, em homenagem a si próprio, que se erguia a mais de trinta metros de altura. Hoje, dela nada mais resta.
Segundo Plutarco, Espártaco seria grego, vindo da Trácia (Plutarco, Vidas Paralelas, A Vida de Crasso). Os lutadores trácios se caracterizavam por usar escudo redondo e espada curta. Teria vivido entre 109 e 71 a. C.. Teria desertado do exército romano e, em virtude disso, condenado à escravidão.
Foi adquirido por um treinador de gladiadores (lanista) muito conhecido em Cápua, Lêntulo Batiato. Em razão de ser muito violento e infligir maus tratos a seus escravos, um grande número deles fugiu, entre eles estava Espártaco. Segundo ainda Plutarco, pelo caminho, teriam encontrado carroças carregadas de armas destinadas aos gladiadores. Assaltaram-nas e armaram-se.
O exército romano organiza uma, então, expedição contra Espártaco e seus seguidores. Confiaram a captura deles ao pretor romano Caio Cláudio Glabro, que os sitia em uma colina de difícil acesso. Eles conseguem escapar por uma das laterais. Então, muitos pastores e guardadores de bois das redondezas armaram-se e juntaram-se a eles, tornando-se um exército considerável. Os desvalidos uniam-se a Espártaco, que não tinha nenhum outro objetivo a não ser fugir da escravidão romana.
Os romanos mandam, então, o comandante Públio Varínio ao encalço deles, com um exército, no intuito de destroçá-los. O exército de dois mil homens de Varínio foi fragorosamente derrotado pelos insurgentes.
Roma envia, então, um exército mais poderoso, sob o comando dos cônsules. A expedição anterior tinha sido enviada pelo Senado, que ficara desmoralizado. Lúcio Publícola e Lêntulo, os dois cônsules do ano, partiram ao encalce dele.
Para se entender o sistema administrativo de Roma dessa época, ou seja, o republicano, veja-se o seguinte: segundo as leis da República, dois cônsules, eleitos para o mandato de um ano, pelas tribos romanas, comandava o país. Esses tinham em conjunto o poder que seria hoje do presidente da república. Havia o Senado Romano, cujos membros eram vitalícios, que representavam o poder legislativo, mas acumulavam algumas funções administrativas. Os cônsules e seus auxiliares exerciam o poder executivo.
Pois os cônsules organizaram sua tropa para combater os revoltosos de
Morte de Espártaco, por Louis-Ernest Barrias, (1871),
jardins do Palácio das Tulherias, (Paris)
Espártaco, que estava ao norte da Itália, no vale do rio Pó. Após algumas vitórias de Publícola sobre alguns grupos de germanos que se haviam aliado ao gladiador, Lêntulo, com um exército de dez mil homens, sofreu uma tão fragorosa derrota das tropas de Espártaco, que a caro custo conseguiu salvar a própria vida.
Sabedor desse fracasso, o Senado encarrega seu membro de mais alto prestígio, dono do Banco de Roma, Marco Licínio Crasso, a chefiar o ataque ao revoltoso.
Crasso organiza um poderoso exército, escolhendo muitos jovens da elite romana, enquanto Espártaco já estava no sul, na Sicília. Crasso, inicialmente, cerca as tropas de Espártaco com um fosso e uma muralha. Numa noite de neve, as tropas rebeldes derrubam uma parte da ala muralha, por onde passa dois terços das tropas. Espártaco infringe uma fragorosa derrota à tropas de Crasso. Então o grande general Pompeu, experimentado na guerra da Espanha, vem em defesa de Crasso, vence as tropas de Espártaco e entra em Roma triunfante, roubando as glórias de Crasso.
Espártaco pereceu em combate nessa luta contra os romanos. Sua derrota deveu-se à desobediência das tropas, que não obedeciam, quando ele as mandava recuar, a fim de reorganizá-las. Animados pelas vitórias sobre o glorioso exército romano, os combatentes seguiam em frente, sem comando, até serem derrotados. Crasso manda crucificar seis mil revoltosos ao longo da Via Ápia, em Roma, para desestimular qualquer tipo de levante popular.

2 comentários:

  1. Tenho uma fascinação meio incompreensível pela história da guerra servil liderada por Spartacus! Parabéns pelo texto,o melhor e mais esclarecedor que já li até agora!

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  2. Obrigado, querida Elaine, por sua participação. Embora Spartacus não pretendesse fazer uma revolução socialista, o povo e seguiu e ele liderou multidões.

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