NENÚFAR OU FLOR DE LÓTUS |
Nenúfar ou flor de lótus
"Há muito que a flor de nenúfar está associada às sereias, por isso também foi chamada de flor da sereia.
Os índios norte-americanos afirmaram que os nenúfares apareceram das faíscas provocadas pela luta entre a Estrela Polar e Héspero, que disputavam o foguetão que havia sido disparado da Terra. De acordo com a lenda, cada nenúfar tem o seu próprio amigo, um duende que nasceu com ela e que também irá morrer quando o nenúfar morrer.
Um dos parentes chegados do nenúfar branco é o nosso nenúfar amarelo. As folhas do nenúfar não ficam todo o dia na mesma posição, elas seguem os raios solares. À noite a flor fecha o seu rebento e mergulha na água quente.
O nenúfar floresce durante 3 meses e faz do lago a sua casa. Os Eslavos consideram que o nenúfar tem poderes mágicos e que pode proteger uma pessoa numa viagem.
Teócrates, um dos mais famosos e antigos botânicos, escreveu que um nenúfar tem a mesma forma que uma papoila, mas é maior e o seu peso equivale ao peso de uma maçã. Tem 4 folhas grandes e verdes, com sementes vermelhas que têm o mesmo sabor que as sementes de trigo. As folhas do nenúfar conseguem flutuar, contêm grandes câmaras de ar no seu interior, para que a flor se mantenha à superfície.
Existe também um nenúfar Mexicano que é chamado "banana de água". Não há flor exótica que seja tão famosa como a "Victoria Regia" (Rainha Vitória); é um nenúfar gigante que se encontra na América do Sul. Acerca do seu florescimento pode ouvir relatos na rádio, na televisão e nos jornais. Pessoas de todas as idades correm para as estufas para verem este milagre acontecer.
Podem-se ver muitas flores grandes, cada nenúfar tem cerca de 2 metros. As plantas estão à deriva numa piscina enorme, de água quente. As flores da Rainha Vitória são verde claro e violeta na parte debaixo, por isso parece que as flores têm brilho, cada uma com um número infinito de pétalas coloridas. Quando em 1849 a flor da Rainha Vitória floresceu pela primeira vez, causou grande sensação.
O primeiro homem que descobriu a Victoria Regia foi um botânico alemão chamado Edward Fredrick Poypping. Este viajou pela América do Sul e atravessou o continente, da parte ocidental até à parte oriental, chegando a estar muito perto do equador. Poypping partiu do lado do Oceano Pacífico e chegou ao Chile através dos Andes, depois atravessou o Peru e o Brasil, desceu o rio Amazonas e chegou até ao Oceano Atlântico.
Em Janeiro de 1832 Poypping encontrou a planta perto do rio Amazonas, a cair para o rio Teffe. Depois publicou numa revista um artigo onde descrevia a flor, de nome "Victoria Regia", mas o artigo não causou sensação. Em 1836 o botânico alemão Robert German Shomburgk reconheceu a planta na Guiana, para a Sociedade Real Geográfica de Londres. Ele incluiu a planta na família dos nenúfares brancos e deu-lhe o nome "Nymphaea Victoria" em honra da bonita jovem de 18 anos que havia subido ao trono do Reino Unido. Devido a este fato, o botânico chamou a atenção de algumas pessoas influentes da época.
Shomburgk colheu algumas partes da flor e também as suas sementes, fez alguns desenhos e rabiscos e enviou o material para Inglaterra. Em 1837 o professor Lindley estava determinado em apoiar Shomburgk na teoria de uma nova família de nenúfares, ou seja na família dos nenúfares brancos e também no nome de "Victoria" para estes nenúfares. Shomburgk recebeu o título de Sir pelos serviços prestados e passou a ser chamado de Sir Shomburgk. As notícias acerca do florescimento de "Victoria" tiveram impacto nos cientistas, jornalistas e artistas. No momento em que a flor abriu, a estufa estava cheia de gente; ficaram maravilhados com este acontecimento, com a beleza de "Victoria".
VICTORIA REGIA |
A "Victoria Regia" amazônica tem folhas muito fortes, que conseguem aguentar o peso de uma pessoa e são ao mesmo tempo muito bonitas. Um arquitecto inglês, D. Pakston, usou um modelo da folha para o Palácio de Cristal em Londres.
Na pátria do nenúfar "Victoria" a flor tem mais de 12 folhas. O florescimento desta flor dura duas ou três noites. Durante toda a noite a flor exala o seu aroma e transmite calor; a temperatura do nenúfar "Victoria" é 11º C mais elevada do que o ambiente que a rodeia. De manhã as flores fecham até chegar a noite."
NENÚFAR - BOTÂNICA
Gênero de plantas aquáticas , da família das Ninfeáceas, originalmente enraizadas no fundo da água, com flores e largas folhas que flutuam na superfície.
Nome vulgar: adargas-de-rio; boleira-branca; figos-de-rio; golfão-branco; nenúfar-branco
Família botânica: Nymphaeaceae
Nome científico: Nymphaea alba
Distribuição Geral: grande parte da Europa e Ásia
Distribuição em Portugal: espontânea por todo o território continental; ocorre ainda nos Açores
Habitat: águas doces estagnadas ou de corrente fraca (remansos de rios, charcos, lagoas)
Floração: Março – Outubro
Características:
Planta aquática perene. As suas folhas flutuantes são sustentadas por longos pecíolos com vesículas de ar no interior, permitindo que a planta possa flutuar na água. As suas folhas são carnudas e cerosas, verde-escuro na página superior e avermelhadas na página inferior, apresentando até 30 cm de largura. Encontram-se reunidas em grupo sobre um rizoma carnoso e horizontal, enterrado no fundo lodoso. As flores brancas possuem longos pedúnculos de onde se destacam as anteras intensamente amarelas. As flores são flutuantes, tendo por norma entre 5 e 12 cm de diâmetro. O fruto é esférico, com cicatrizes deixadas pela inserção das pétalas e dos estames. O fruto amadurece debaixo de água libertando depois as sementes que, sendo flutuantes, facilita a sua dispersão.
O nenúfar-branco é muito ornamental, sendo muito usado em jardins como elemento decorativo de tanques e de pequenos lagos.
Durante o inverno perde as folhas, o que facilita a entrada de luz no lago. No verão a sua sombra evita que a água aqueça excessivamente.
Em vasos ou diretamente no lodo, o nenúfar deve ser plantado entre os 40 e os 50 cm de profundidade. Multiplica-se por sementes e por divisão do rizoma.
O nenúfar forma extensos tapetes flutuantes. Deve ser mondado se se revelar excessivamente colonizador.
O Nenúfar e sua Simbologia
"A planta aquática, de folhas largas e redondas, que dá flores de cor amarela, branca ou rosa e que “polvilha” muitos lagos, flutuando na água, sobretudo em países de clima quente, chama-se nenúfar e o seu nome tem origem francesa - nénuphar - termo que, por sua vez, provém do árabe nainûfar.
Nome científico: nymphea alba.
Significado: frieza, indiferença ou pureza do coração.
Mensagem: o teu amor é tão frio.
Também se chama lótus azul, nymphea, flor-de-lis sagrada das águas.
É uma planta de água, que gosta de lugares calmos. O lótus azul, devido ao seu perfume, é o mais procurado pela cosmética.
Foi imortalizado pelo célebre pintor Monet, com uma série de quadros pintados nos anos 1916-1919, a serie sobre nenúfares de Claude Monet (1840 – 1926) constitui o apogeu na forma de captar o intangível da luz na água, dando conta das texturas e da mutabilidade da paisagem no imóvel da tela. Uma das telas da série pintor francês sobre os nenúfares.
Claude Monet - Le Bassin aux Nymphéas |
O seu nome teve origem na mitologia grega, nas deusas das fontes , Nymphe. As ninfas costumavam brincar no meio dos nenúfares e talvez, por isso, estejam subtilmente ligados a elas...
Na mitologia grega, o nenúfar está ligado às virgens."
Nos egípcios, o nenúfar fazia parte do nascimento do mundo, juntamente com o deus Sol e o deus Osiris.
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"No Budismo, diz a lenda que Brahma nasceu de uma flor de lótus que teria crescido no umbigo de Vishnou.
A flor-de-lótus (Nelumbo nucifera), também conhecida como lótus-egípcio, lótus-sagrado e lótus-da-índia também é um nenúfar.
Lótus é o símbolo da expansão espiritual, do sagrado, do puro.
A lenda budista nos relata que quando Siddhartha Gautama, que mais tarde se tornaria o Buda, tocou o solo e fez seus primeiros sete passos, sete flores de lótus cresceram. Assim, cada passo do Bodhisattva é um ato de expansão espiritual. Os Budas em meditação são representados sentados sobre flores de lótus, e a expansão da visão espiritual na meditação (dhyana) está simbolizada pelas flores de lótus completamente abertas, cujos centros e pétalas suportam imagens, atributos ou mantras de vários Budas e Boddhisattvas, de acordo com sua posição relativa e relação mútua. Abaixo está o lótus indiano, flor símbolo nacional.
The lotus flower (water lily) is national flower for India. Lotus flower is a important symbol in buddha religion. |
Do mesmo modo, os centros da consciência no corpo humano (chacras) estão representados como flores de lótus, cujas cores correspondem ao seu caráter individual, enquanto o número de suas pétalas corresponde às suas funções.
O significado original deste simbolismo pode ser visto pela semelhança seguinte: Tal como a flor do lótus cresce da escuridão do lodo para a superfície da água, abrindo suas flores somente após ter-se erguido além da superfície, ficando imaculada de ambos, terra e água, que a nutriram - do mesmo modo a mente, nascida no corpo humano, expande suas verdadeiras qualidades (pétalas) após ter-se erguido dos fluidos turvos da paixão e da ignorância, e transforma o poder tenebroso da profundidade no puro néctar radiante da consciência Iluminada (bidhicitta), a incomparável joia (mani) na flor de lótus (padma).
Assim, o arahant (santo) cresce além deste mundo e o ultrapassa. Apesar de suas raízes estarem na profundidade sombria deste mundo, sua cabeça está erguida na totalidade da luz. Ele é a síntese viva do mais profundo e do mais elevado, da escuridão e da luz, do material e do imaterial, das limitações da individualidade e da universalidade ilimitada, do formado e do sem forma, do Samsara e do Nirvana.
Se o impulso para a luz não estivesse adormecido na semente profundamente escondida na escuridão da terra, o lótus não poderia se voltar em direção à luz. Se o impulso para uma maior consciência e conhecimento não estivesse adormecido mesmo no estado da mais profunda ignorância, nem mesmo num estado de completa inconsciência um Iluminado nunca poderia se erguer da escuridão do Samsara.
A semente da Iluminação está sempre presente no mundo, e do mesmo modo como os Budas surgiram nos ciclos passados do mundo, também os Iluminados surgem no presente ciclo e poderão surgir em futuros ciclos, enquanto houver condições adequadas para vida orgânica e consciente."
OS NENÚFARES E A LITERATURA
O belo poema abaixo consagra a tradição que Ofélia, amada de Hamlet, ter-se-ia afogado "com um nenúfar na mão":
António Gedeão
Este líquido é água.
Quando pura
É inodora, insípida e incolor.
Reduzida a vapor,
Sob tensão e alta temperatura,
Move os êmbolos das máquinas que por isso,
Se denominam máquinas de vapor.
É um bom dissolvente.
Embora com excepções, mas de um modo geral,
Dissolve tudo bem, ácidos, bases e sais.
Congela a zero graus centesimais
E ferve a 100, quando à pressão normal.
Foi neste líquido que numa noite cálida de Verão,
Sob um luar gomoso e branco de camélia,
Apareceu a boiar o cadáver de Ofélia
Com um nenúfar na mão.
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