Alma das pedras...
Passava por entre as pedras...Redondas... Pontiagudas... Por entre elas, outrora, há muito... muito tempo... plantara sonhos... semeara vibrações incertas... Longas horas, sentado, menino... O gelo das almas delas caminhava pelas minhas carnes... chegava aos ossos... e à minha própria alma...
Musgos... capim... arbustos... tudo cresceu sobre elas... E cresceu também na minha alma... Por anos nos distanciamos...
Hoje passeio entre elas... a custo as reconheço... tropeço... meus pés trôpegos traem minhas intenções... quase desabo...
Minha alma também tropeça... e, nesse quase cair, surpreendo a alma de minha mãe... falando-me por entre o que não mais vejo... um balbucio leve que não ouço... mas levemente reanimam-se nossos suspiros comuns...
E os sonhos das pedras juntam-se aos nossos num desejo que provoca um estranho reencontro...
Sinto um beijo arrepiante...
E as almas de tudo juntam-se num imenso suspiro universal... na busca... de quê?
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