Mundo vive uma sexta extinção em massa da vida – e é pior do que parece. Estudo alerta que planeta atravessa uma aniquilação biológica de suas espécies animais, o que lança perspectiva sombria sobre o futuro da vida, inclusive humana. Um terço das espécies vive declínio populacional. Agora, por que estamos preocupados com essas populações? Por exemplo, nós estamos perdendo populações de pássaros, morcegos e insetos que controlam pestes que nos permitem alta produtividade na agricultura, que alimenta a humanidade.
Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
O mundo está passando por uma “aniquilação biológica” de suas espécies animais, num fenômeno que já pode ser considerado uma sexta extinção em massa e que é mais grave do que parece, aponta um estudo divulgado nesta segunda-feira (10/07).
Segundo o estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences(PNAS), há uma tendência de investidas cada vez maiores contra a biodiversidade do planeta, resultando numa perspectiva “sombria sobre o futuro da vida, inclusive humana”. O motivo, diz o estudo: “problemas ambientais globais causados pelo homem”.
“Nas últimas décadas, a perda de habitat, a superexploração de recursos, os organismos invasivos, a poluição, o uso de toxinas e, mais recentemente, as mudanças climáticas, bem como as interações entre esses fatores, levaram ao declínio catastrófico nos números e nos tamanhos das populações de espécies de vertebrados tanto comuns como raros”, afirmam os pesquisadores.
Seca no Paraguai: pesquisadores observaram que as populações de vertebrados sofreram grandes perdas
Para a pesquisa, uma das mais completas já feitas sobre o tema, cientistas da Universidade de Stanford e da Universidade Nacional Autônoma do México utilizaram uma mostra de 27,6 mil vertebrados terrestres e uma análise detalhada de 177 espécies de mamíferos que sofreram declínio populacional entre 1900 e 2015.
Os pesquisadores observaram que as populações de vertebrados sofreram grandes perdas, inclusive entre as espécies que despertam pouca preocupação. Cerca de um terço (8.851) das espécies analisadas – o que representa quase metade das espécies de vertebrados conhecidas – apresentou declínio populacional e diminuição em termos de distribuição geográfica, mesmo aquelas que atualmente não são consideradas como sob risco de extinção.
Já entre os 177 mamíferos estudados, todos perderam 30% ou mais em distribuição geográfica, com mais de 40% registrando um declínio populacional severo, com encolhimento superior a 80%.
“Diversas espécies de mamíferos que estavam relativamente seguras há uma ou duas décadas estão agora em perigo”, dizem os pesquisadores. Como exemplos de quedas representativas na população, eles citaram guepardos, orangotangos, leões, pangolins e girafas.
Nos 500 milhões de anos de existência da Terra, já houve cinco “extinções em massa” que levaram ao desaparecimento de 75% das espécies. O último episódio aconteceu cerca de 66 milhões de anos atrás, quando 76% de todas as espécies foram perdidas, incluindo os dinossauros, devido à atividade vulcânica, alterações climáticas e o impacto de asteroides.
Os cientistas ressaltaram ainda que o foco na extinção de espécies leva a “uma falsa impressão de que o habitat da Terra não está ameaçado, e sim apenas lentamente entrando em um episódio de grande perda de biodiversidade”. “Essa visão negligencia as tendências atuais de declínios e extinções da população”, afirma o estudo. “A aniquilação biológica resultante obviamente terá graves consequências ecológicas, econômicas e sociais”.
“A humanidade acabará por pagar um preço muito alto pela diminuição do único conjunto de vida que conhecemos no universo”, alertam os cientistas. IP/dpa/efe/ots
RIO — Nada foi dito quando o peixe Megupsilon aporus desapareceu das águas de Nuevo León, no México, e nenhum jornal publicou uma linha sobre o desaparecimento do morcego Pipistrellus murrayi da Ilha Christmas, na Austrália. Anualmente, em média duas espécies de vertebrados são extintas, mas as pessoas não se dão conta desse fenômeno, talvez porque a taxa seja relativamente lenta. Mas os pesquisadores alertam: o mundo está passando por uma era de extinção em massa sem paralelos desde o desaparecimento dos dinossauros, há 66 milhões de anos. E os culpados somos nós, os humanos.
— Este é um caso de aniquilação biológica ocorrendo globalmente, até mesmo se espécies dessas populações ainda estão presentes em algum lugar da Terra — disse Rodolfo Dirzo, professor de Biologia em Stanford e coautor de estudo publicado esta semana na “Proceedings of the National Academy of Sciences”.
Um estudo publicado em 2015 com base em dados da União Internacional para Conservação da Natureza apontou que o espectro da extinção ameaça cerca de 41% de todas as espécies de anfíbio e 26% dos mamíferos conhecidos. Esse desastre global é provocado pela perda de habitat, exploração demasiada, organismos invasores, poluição e mudanças climáticas.
A nova análise se foca na redução das populações e locais de ocorrência. Foram mapeadas 27.600 espécies de pássaros, anfíbios, mamíferos e répteis, uma amostra que representa metade de todas as espécies de vertebrados terrestres, e foi calculada a redução da população de 177 mamíferos bem estudados entre 1990 e 2015.
Os cálculos indicam que mais de 30% das espécies de vertebrados estão sofrendo com redução do tamanho da população e territórios habitados. Ds 177 mamíferos analisados detalhadamente, todos perderam 30% ou mais do alcance geográfico e mais de 40% das espécies perderam mais de 80% do habitat. As regiões tropicais são as mais impactadas, particularmente os mamíferos do Sul e Sudeste asiático, onde todas as grandes espécies analisadas perderam mais de 80% do habitat.
— As extinções em massa têm sido vistas como perdas de espécies — explicou Paul Ehrlich, coautor da pesquisa. — Mas igualmente importante, ou mais importante, é a perda de populações que foram essas espécies. Agora, por que estamos preocupados com essas populações? Por exemplo, nós estamos perdendo populações de pássaros, morcegos e insetos que controlam pestes que nos permitem alta produtividade na agricultura.
Nos últimos 40 anos, o planeta perdeu cerca de metade do número de animais que existiam. Esse volume representa uma “erosão maciça da maior diversidade biológica da história do planeta”, dizem os autores.
— Essa perda de populações e espécies reflete nossa falra de empatia com todas as espécies selvagens que têm nos acompanhado desde a nossa origem — afirmou Gerardo Ceballos, da Universidade Autônoma Nacional do México e coautor da pesquisa. — É o prelúdio para o desaparecimento de muitas outras espécies e o declínio de sistemas naturais que fazem a civilização possível.
“E não sejais cúmplices com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as. Porque o que eles fazem em oculto até dizê-lo é torpe. Mas todas estas coisas se manifestam, sendo condenadas pela luz, porque a luz tudo manifesta”. Efésios 5:11-13
“O mundo tornou-se perigoso, porque os homens aprenderam a dominar a natureza antes de se dominarem a si mesmos“. Albert Schweitzer
57. Cristo disse: “O Reino do Pai é semelhante a um homem que tem boas sementes. O seu inimigo veio durante a noite e espalhou joio por entre as boas sementes. O homem não deixou que os trabalhadores tirassem o joio, dizendo: ‘Receio que ao tirar o joio tireis o trigo com ele. No dia da colheita as ervas daninhas estarão bem à vista e então serão arrancadas e queimadas.” Evangelho Apócrifo de Tomé
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