sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

FÁBULA GREGA SOBRE O SISTEMA DE GOVERNO - AS RÃS PEDINDO UM REI


AS RÃS PEDINDO UM REI (fábula grega clássica)
Fabulista grego Esopo
Depois de diversas experiências de democracia em Atenas, na Grécia Antiga, no século VI a. C., sem que nenhum dos modelos satisfizesse o exigente povo da Ática, adveio a ditadura de Pisístrato, conhecida como a grande tirania. Foi então que o fabulista grego Esopo escreveu a fábula intitulada “As Rãs Pedindo um Rei” (Βάτραχοι αιτούντες βασιλέα).
“Viviam, certas rãs, num charco imundo, em república plena. A desordem imperava. Julgava cada rã que democracia consistisse em cada um fazer o que quisesse. Todos os dias havia conflito entre as rãs mais fortes e as mais desprovidas de recursos. Descontentes, os batráquios solicitaram a Zeus que lhes desse novamente um rei.
Zeus, para fazer-lhes a vontade, jogou do alto do Olimpo ao pântano um enorme tronco, que retumbou sobre o charco. Precavidas, elas o olhavam à distância, cheias de temor. Porém, aos poucos, percebendo que ele sequer se movia, começaram a aproximar-se. E constatando que se tratava de um simples toco, subiram sobre ele e clamavam por um rei de verdade.
Mandou-lhes, então o divino senhor, por divindade, uma cegonha. Esta, passeando pelo banhado afora, catava-as e as devorava impiedosamente. Instaurou-se, então, o terror e o medo.
Elas novamente clamaram ao alto para que Zeus se apiedasse de tamanha desgraça e lhes enviasse um rei justo e clemente.
- Ajeitem-se, com esse, respondeu a divindade irritada. Não aconteça de vos advir outro rei pior que o atual.”
(tradução livre de minha autoria).

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