Oscar Luiz Brisolara
Misteriosa e intrigante nesga de lua contemplava-se, plácida, no misterioso e silente Nilo... O eterno e enigmático espírito feminino, inviolável em seus recônditos sigilos e profundamente prenhe de fecunda vitalidade, de há milênios, repetia esotérica ritualística...
Mirava-se discreta luminosidade nas místicas areias doiradas do deserto mudo e quedo... encantos de feminlidade conduziam os espíritos a arroubos de especulação existencial e hermética...
Os segredos dos milênios velavam-se nas fímbrias apocalípticas das penumbras inexploráveis da noite profunda e impenetrável...
Proust já constatara que a verdadeira viagem da descoberta consiste não em buscar novas paisagens, mas em ter olhos novos para as eternas e reiteradas realidades.
Estas nos conduzem a gêneses de inusitadas constatações vivificantes... e a vida ressurge em abundância, amor e paz...
Isis, transpondo o Mediterrâneo, gerara Gaia, a insondável divindade grega primordial das ordenações dos universos todos... da vida e da reprodutividade do bem e do mal... prenhe de criação e mudança, produzira os mais abalizados espíritos que o universo humano já abrigou...
É somente a partir desse cabalístico arcano que simplesmente tudo é... Se não, seria o eterno vazio do desamor e do nada...
Divina Isis, ilumina as sendas desgarrantes deste povo bom e generoso, neste momento em que nos espreitam sinistros atalhos alarmantes e tétricos!
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