Astrônomos alertam sobre ‘impacto catastrófico’ de meteoros que se aproximam da Terra
Posted by Thoth3126 on 18/06/2019
Uma chuva de meteoros está rumando para cruzar com o caminho (órbita) da Terra, e isso pode ter consequências catastróficas para o nosso planeta e seus habitantes, revelaram os cientistas. Trata-se do Enxame de meteoros Beta Tauridas, que acontece anualmente entre 5 de junho e 18 de julho, quando a Terra passa por um amplo fluxo de destroços deixados pelo cometa Encke. Em 2019, os astrônomos acreditam especialmente que esta chuva de destroços possa conter grandes rochas espaciais e seja capaz de representar ameaça significativa à vida na Terra.
Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
Astrônomos alertam sobre ‘impacto catastrófico’ de chuva de meteoros que se aproxima (VÍDEO)
Esse fenômeno Tauridas não é tão conhecido como outras chuvas de meteoros, porque ele chega ao seu auge depois do amanhecer, fazendo com que as “estrelas cadentes” sejam mais difíceis de serem observadas, pois são ofuscados pelo brilho do sol.
No entanto, astrônomos acreditam que esta chuva de destroços especialmente deste ano possa conter grandes rochas espaciais e seja capaz de representar ameaça significativa à vida na Terra. Alguns cientistas pensam que uma destas rochas espaciais poderia ter sido a causa de um dos impactos mais destruidores na Terra nos últimos tempos.
Trata-se do assim chamado Evento de Tunguska – a queda de um corpo celeste que aconteceu na região da Sibéria em 30 de junho de 1908. O impacto provocou uma grande explosão, devastando uma área maior do que a cidade de Londres, e derrubando cerca de 80 milhões de árvores e estima-se que tenha provocado um terremoto de 5 graus na escala Richter. Na sequência do impacto, a onda de choque arremessou pessoas a 64 quilômetros de distância.
Acredita-se que este tipo de acontecimento acontece uma vez a cada 1.000 anos, mas alguns cientistas não excluem que tais fenômenos demorem menos tempo para acontecer. Este ano a Terra irá se aproximar a uma distância de cerca de 30 milhões de quilômetros do centro dos detritos que causam a chuva de meteoros Beta Tauridas em 28 de junho, sendo este o encontro mais próximo desde 1975.
Pesquisadores da Universidade do Novo México e da Universidade do Ontário Ocidental advertem que um encontro catastrófico parecido poderá acontecer, escreve o The Mirror.
“Se o objeto de Tunguska [que caiu na Sibéria] tiver sido um meteoro do Enxame Beta Tauridas, então a última semana de junho de 2019 poderá ser a próxima ocasião com uma grande probabilidade de colisões catastróficas parecidas com a de Tunguska”, apontam cientistas em um artigo publicado recentemente.
Entretanto, pesquisadores da Universidade do Ontário Ocidental afirmam que a proximidade com que a chuva de meteoros passará pela Terra nos dá uma oportunidade única de investigar os potenciais riscos da queda de objetos na Terra.
Cometa Encke é o culpado
Hoje, os astrônomos estão começando a aceitar a idéia de que o evento de Tunguska está diretamente relacionado ao fluxo de meteoros Beta Tauridas. Este não é um conceito novo: em 1978, o astrônomo eslovaco Ľubor Kresák sugeriu que o projétil cósmico responsável pela destruição na área de Tunguska era um grande pedaço do progenitor dos Taurids, o cometa de Encke. O Encke tem o período orbital mais curto para um cometa, levando apenas 3,3 anos para fazer uma viagem completa ao redor do sol.
Então, em 1992, Victor Clube, um astrofísico inglês e especialista em cometas e cosmologia, sugeriu que a torrente de meteoros Beta Tauridas contém talvez meia dúzia de asteróides de tamanho total cujas órbitas os colocam diretamente no nosso caminho. Clube e seus colegas argumentaram que a faixa de órbitas dos Tauridasindica que todos foram lançados por um enorme cometa, originalmente com cerca de 160 km ou mais de diâmetro, que entrou no sistema solar interno há cerca de 20.000 anos. Há 10 mil anos, o cometa estava seco e quebradiço.
O cometa de Encke pode realmente ser o maior pedaço remanescente daquele cometa original. A órbita da Terra intercepta a órbita deste cometa duas vezes durante o ano; uma vez no final de junho, criando os Beta Tauridas e novamente no início de novembro, criando a chuva de meteoros Tauridas do Sul. A Terra pode periodicamente encontrar enxames de partículas maiores em certos anos, e prevê-se que 2019 seja um desses anos.
Enquanto se esperaria que poeira e objetos maiores se dispersassem gradualmente com o tempo ao redor da órbita de um cometa, o cometa de Encke prova ser um caso especial. Sete revoluções do cometa em torno do sol (7 x 3,3 = 23,1 anos) quase coincidem com duas revoluções do planeta gigante Júpiter (2 x 11,8 = 23,7 anos), um fenômeno conhecido como ressonância. Como resultado, os astrônomos acreditam que a escória deixada pelo cometa Encke pode estar concentrada na poderosa força gravitacional de Júpiter, que mantém o enxame Taurídas mais compacto.
Há evidências circunstanciais para apoiar esta hipótese. Em 1975, quando a Terra passou perto do centro deste enxame ressonante, os sismógrafos deixados na superfície lunar pelos astronautas da Apollo registraram um aumento nos terremotos, aparentemente devido aos impactos dos meteoróides na superfície da Lua.
E em 2015, estávamos novamente perto do centro do enxame Tauridas quando foi observado um grande aumento dos meteoros de bola de fogo em novembro. Na verdade, câmeras de alta precisão registraram mais de 100 meteoros excepcionalmente brilhantes, todos se espalhando para fora da constelação de Touro, e que se encaixam bem na órbita do enxame ressonante Tauridas proposto.
Vídeo com imagens do impacto da queda do meteoro na Rússia em fevereiro de 2013:
Finalmente, depois de um estudo cuidadoso da trajetória que o impactor de Tunguska havia absorvido na atmosfera, os cientistas determinaram que também este meteoro poderia muito bem ter emanado do enxame Tauridas.
Mais informações, leitura adicional:
Permitida a reprodução desde que mantida na formatação original e mencione as fontes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário