sexta-feira, 7 de outubro de 2016

A CIÊNCIA DA ANTIGUIDADE - CONTINUAÇÃO

A incrível tecnologia dos Antigos (5a)


Posted by Thoth3126 on 28/08/2016

O Enigma da Tecnologia Antiga 

A todos os cientistas-filósofos, de mente aberta, espalhados pelo mundo e que continuam a estudar, a aprender e a crescer. Possam eles nos levar até o infinito, e além. 
“E aqui, meu caro Watson, chegamos a um desses mundos da conjectura no qual as mentes mais lógicas podem falhar; cada um pode formular sua própria hipótese com base na evidência presente e, provavelmente, a sua será tão acertada quanto a minha”. Sherlock Holmes, a aventura da casa vazia.
Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
O Enigma da Tecnologia Antiga (livro: “A Incrível Tecnologia dos Antigos” de David Hatcher Childress)
Capítulo 5A – Vôo e Combate Aéreo na Antiguidade
“O homem nasceu livre; e em toda parte ele está acorrentado”. – Jacques Rousseau (1712-1778)
“Nenhuma experiência é um fracasso completo. Pode sempre servir de mau exemplo”. – Johnny Carson

Foguetes e vôo na Antiguidade

Ao longo da história, encontram-se relatos de vôos – de tapetes voado­res às fulgurantes rodas dentro de rodas, de Ezequiel. Nos mitos e lendas da história antiga, há incontáveis relatos de pessoas voadoras, carruagens voadoras, tapetes voadores e outras histórias, geralmente tratadas como fantasia ou lenda.
Em seu livro Wonders of ancient Chinese Science, Robert Silverburg diz que os mitos chineses falam de um povo lendário, os chi-kung, que viajavam em “carruagens aéreas”. Na antiga crônica chinesa registros dos sábios”, está escrito que o grande astrônomo e engenheiro da dinastia Han, Chang Heng, fez um “pássaro de madeira” com um mecanismo em seu bojo que lhe permitia voar por quase 1.600 metros. Parece haver hélices na descrição de um livro escrito por Ko Hung, místico e alquimista, por volta de 320: “Alguns fizeram carros voadores com madeira tirada da parte interna da árvore jujuba, usando tiras de couro de boi atadas a lâminas giratórias que põem em movimento a máquina […]”


O desenvolvimento dos modernos vôos espaciais pode ter começado com os primeiros usos da pólvora na China, inclusive com experiências com foguetes tripulados. Carvão e enxofre já eram ingredientes conheci­dos para a produção de misturas incendiárias. Desde 1044 os chineses sabiam que o salitre, adicionado a essa mistura, fazia com que ela produ­zisse efeitos ainda maiores. Não sabemos quem descobriu que a mescla de carvão, enxofre e salitre triturados em grãos bem finos, na proporção de 1:1:3,5 ou 1:1:4, explode com um festivo alarido se colocada em um reci­piente adequado e se atearem-lhe fogo. Já se disse que os primeiros a fa­zer essa experiência acreditavam que o sal tornava o fogo ainda mais quente, uma vez que este brilhava mais, e foram experimentando diversos sais até se encontrar o nitrato de potássio ou o salitre.
Provavelmente, o foguete evoluiu de forma simples a partir de uma flecha incendiária. Se o soldado quisesse que a flecha queimasse intensa­mente por vários segundos usando a pólvora recém-inventada, teria de introduzir o pó em um tubo comprido e fino para impedir que queimasse de uma só vez. Também seria necessário deixar a chama e a fumaça esca­parem por uma extremidade do tubo. Mas se o tubo ficasse aberto na ex­tremidade frontal, a emissão de gases dar-se-ia na direção oposta à do vôo da flecha, fazendo com que o míssil oscilasse descontroladamente. Porém, se o tubo ficasse aberto atrás, a explosão ajudaria a impulsionar a flecha.
Desde o início, descobriu-se que com a emissão de gases para trás, a flecha nem precisaria do impulso do arco. A pressão dentro do tubo impeliria o conjunto com velocidade adequada. Os chineses criaram muitos tipos de flechas acionadas por foguetes, gra­nadas e até bombas metálicas, como as usadas hoje. Atribui-se aos chineses a invenção do foguete de dois estágios, o “dragão de fogo”, no século XI. Enquanto rumava para o alto, o “dragão de fogo” lançava flechas acesas que voavam da boca do dragão. Um antigo foguete explosivo de dois estágios.
Quando o exército mongol atacou Kaifeng – antes capital do Império Sung, mas que na época pertencia à dinastia Gin – em 1232, os exércitos gin mantiveram os invencíveis mongóis distantes, usando armas secre­tas. Uma delas, chamada “trovão que abala o céu”, era uma bomba de ferro atada a uma corrente, que era baixada por trás dos muros da cidade para explodir em meio ao inimigo. A outra, um foguete chamado “flecha do fogo voador”, assobiava entre os mongóis com muito alarido e fumaça, espan­tando seus cavalos.
Provocar a disparada de cavalos, ou pior, de elefantes de guerra, era um dos usos básicos dos primeiros foguetes de combate. Sabe-se que es­tes eram usados na Antigüidade, não só na China, mas também na África e no sudeste asiático. Tradicionalmente, esses países empregavam elefan­tes com pesadas armaduras de guerra. Os foguetes que explodissem em meio à tropa montada levavam o caos a todo o exército.
Um incidente curioso desse tipo foi apresentado por Frank Edwards em Stranger than Science. Ele diz que a invasão de Alexandre, o Grande, foi detida no rio Indus por um estranho evento histórico: “escudos voado­res” ou objetos discóides circulavam em meio aos grupos de elefantes de guerra que participavam do exército invasor de Alexandre, fazendo com que os animais disparassem. Os generais de Alexandre se recusaram a prosseguir com a invasão do subcontinente indiano, talvez o mais rico e civilizado con­junto de Estados do mundo naquela época. Alexandre voltou para a Ásia Menor e pouco depois morreu envenenado em Bagdá. Enquanto isso, a pólvora era usada na fabricação de foguetes, pistolões, bombas e até veículos tripulados.
Em seu livro 2000 years of space travel, Russell Freedman conta a história do ousado inventor chinês chamado Wan Hoo, a quem se atribui o lançamento do primeiro veículo acionado por foguete. Por volta de 1500 ele construiu uma robusta armação de madeira ao redor de uma cadeira confortável. Na estrutura, afixou 47 foguetes, e sobre ela amarrou duas pipas grandes. Então, prendeu-se à cadeira com um cinto e, ao erguer a mão, mandou seus servos atearem fogo aos foguetes. “No momento se­guinte, ouviu-se uma forte explosão seguida de uma impressionante nu­vem de fumaça escura. Wan Hoo desapareceu, deixando para trás apenas uma lenda”.


Há evidências de que bombas e pólvora eram usadas na época de Cris­to, e mesmo antes. Contudo, de maneira mais estrita, a pólvora ainda não era a pólvora das armas de fogo porque, até então, estas não tinham sido inventadas. Segundo L. Sprague de Camp, em The ancient engineers, em algum ponto do século III um quase desconhecido Marchus, ou Marcos, o Grego, escreveu o Liber ignium, ou O livro de fogo.
Marchus ensinou a fazer pó explosivo usando uma mistura de “1 libra de enxofre vivo, 2 de carvão e 6 de salitre”. Isso ocasionaria uma explosão fraca. No século XVIII, Alberto Magno admitia a mesma fórmula de Marcos, enquanto o contemporâneo de Alberto, Roger Bacon, recomendava “7 par­tes de salitre, 5 de madeira de aveleira fresca e 5 de enxofre”. Essa mistura também daria um bom barulho.
Por volta de 1280, o sírio Al-Hasan ar-Rammah escreveu The book of fighting on horseback and with war engines, no qual narrou da importân­cia do salitre nos compostos incendiários e deu minuciosas instruções para purificá-lo. Também falou de foguetes, que chamou de “flechas chi­nesas”. Os chineses também criaram os primeiros pistolões, lança-chamas e morteiros, segundo os estudiosos modernos. Os primeiros pistolões continham porções alternadas de pólvora solta e de pólvora compactada, bem como pregos ou pedregulhos, e quando a pólvora queimava pelo pavio, os objetos eram lançados em brasa.
O pistolão foi a invenção mais próxima a que os chineses chegaram de uma arma de fogo. A verdadeira invenção das armas é um evento obscuro e controvertido, mas de modo geral acredita-se que tenha ocorrido na Ale­manha. A “Crônica da cidade de Ghent”, de 1313, afirma que “neste ano o uso de armas (bussen) foi registrado pela primeira vez na Alemanha, por um monge”. Um manuscrito publicado em 1326, o De officiis regun, de Walter de Milemete, mostra uma arma primitiva chamada vasa ou vaso. É um instrumento em forma de garrafa que lança dardos muito grandes. Um manuscrito italiano do mesmo ano menciona armas. Na década de 1340, Eduardo III, da Inglaterra, e as cidades de Aachen e Cambrai, paga­ram impostos por armas e pólvora.
Algumas das primeiras armas de fogo eram finos “barris” de madeira reforçados por aros de ferro ou de cobre e couro. Não demorou para que as armas evoluíssem e se tornassem canhões, rifles e pistolas. No início, es­tas eram pequenos canhões amarrados a mastros, que os atiradores segu­ravam sob o braço como lanças em riste. O canhão transformou-se em uma arma longa para fogo direto e em armas bem curtas – chamadas morteiros em função de sua forma – para fogo em ângulo elevado. Durante algum tempo, bolas de ferro ou de chumbo foram usadas em armas manuais, e bolas de pedra em canhões.
Em pouco tempo, por ser mais denso, o ferro substituiu a pedra como projétil de canhão, permitindo que as bolas desse material tivessem mais energia cinética do que a pedra em relação a seu calibre. Agora, os canhões tinham de ser mais robustos e de menor calibre, pois se um canhão dese­nhado para bolas de pedra fosse carregado com uma bola de ferro do mesmo tamanho, ele explodiria. Já se usavam granadas no Oriente Médio na época das Cruzadas, e dizem que os cavaleiros templários (e outros cruzados) levaram essa tecnologia para a Europa Medieval.
Enquanto isso, a arma de mão foi sendo aprimorada até se tornar mais popular que o canhão. O mosquete de pederneira tornou-se tão ba­rato que qualquer cidadão podia adquiri-lo; era fácil de usar e mortal o suficiente para que seu portador enfrentasse soldados profissionais quase que em pé de igualdade. Assim se armou o cenário para a queda de reis e a instalação de repúblicas. O homem comum, com essa nova tec­nologia, não precisava mais recear malfeitores ou assaltantes, nem sol­dados ébrios ou qualquer pessoa que pudesse ameaçá-lo ou à sua família por causa de porte físico. A pistola era o grande equalizador, uma arma mortal que as mulheres também podiam manusear com eficiência. Como se dizia na virada para o século XX, “Deus criou o homem, mas Samuel Colt igualou-os todos”.
Revolver Colt Paterson 5º Modelo 1836, calibre .28

Aeronaves pré-históricas: de modelos de aeroplanos a carruagens voadoras

O desenvolvimento das armas modernas foi seguido de perto pelo desenvolvimento da aviação. No início, esta foi muito bem-sucedida, e me­xeu com a imaginação de todo mundo. Em meados do século XIX, balões eram uma presença comum na maioria das grandes cidades. O vôo a mo­tor, projetado segundo o formato das asas das aves, veio logo depois. Mas, o que dizer do vôo na Antigüidade? Teriam sido realmente os irmãos Wright ou Santos Dumont os primeiros a voar pelo ar em um veículo motorizado? Com certeza, se pudesse, Wan Hoo colocaria essa afirmativa em discussão.
Quando os cientistas americanos manifestaram surpresa diante da sofisticação da máquina de Antikythera, dizendo que seria “como encon­trar um avião a jato na tumba do rei Tutankamon”, não estavam de todo desatinados. Modelos de objetos que se assemelham a aviões foram en­contrados em velhas tumbas na Colômbia e no Egito. Diversos pequenos “jatos” de ouro, com asas em delta, podem ser vis­tos no Museu do Ouro, em Bogotá, que pertence ao governo colombiano.
Esses diminutos objetos têm, pelo que se estima, pelo menos mil anos de idade, se não mais. Alguns dizem que são modelos de abelhas, de peixes voadores ou de outros animais; contudo, diferentemente de qualquer ani­mal, possuem asas verticais e horizontais e formato em delta, como dos modernos caças à jato da atualidade.
Quando esses objetos zoomórficos foram fotografados em “v”, usando-se nove artefatos originais, foi notável a semelhança com um esqua­drão de jatos com asa em delta! Sanderson, em seu Investigating the unexplained, afirma que um objeto similar estava em exposição no Mu­seu Field de História Natural, de Chicago. A plaqueta de identificação di­zia que “provavelmente procura representar um peixe voador”.
Como o buldôzer do Panamá, esses modelos zoomórficos em ouro da­tam de algum ponto entre oitocentos e mil anos atrás. Porém, o ouro é indestrutível, e todas as jóias e moedas de ouro feitas em outras épocas ainda existem hoje, sob alguma forma. Em muitos casos, foram fundidas e transformadas em lingotes ou em novas jóias. Outros metais acabam sofrendo o efeito da corrosão e da oxidação, mas, como já dissemos, jóias e outros objetos de ouro podem ser comercializados após centenas ou mi­lhares de anos.

Um moderno caça Saab Gripen e o antigo modelo em ouro preservado em museu na Colômbia

Em 1898, foi encontrado um modelo em uma tumba egípcia próxima a Sakara. Foi catalogado como “pássaro” sob o número 6.347 Museu Egípcio do Cairo. Depois, em 1969, o doutor Khalil Messiha se espantou ao notar que o pássaro não apenas tinha asas retas, mas também uma asa vertical traseira. Para o doutor Messiha, o objeto parecia um aeromodelo.
Ele é feito de madeira, pesa 39,12 gramas e ainda está em boas condi­ções. A envergadura da asa é de 18 centímetros, o nariz da aeronave tem 3,2 centímetros e o comprimento total é de 14 centímetros. As extremida­des da aeronave e as pontas das asas têm forma aerodinâmica. Além de um olho simbólico e de duas linhas curtas sob as asas, não há nele decora­ção nem trem de pouso. Especialistas testaram o modelo e o considera­ram apto a voar.
Após essa sensacional descoberta, o ministro da Cultura do Egito, Mohammed Gamai El Din Moukhtar, ordenou que se formasse um grupo de pesquisa técnica para examinar outros “pássaros” sob o microscópio. A equipe, nomeada em 23 de dezembro de 1971, era composta pelo doutor Henry Riad, diretor do Museu de Antiguidades Egípcias; doutor Abdul Quader Selim, vice-diretor do Museu Egípcio de Pesquisa Arqueológica; doutor Hismat Nessiha, diretor do Departamento de Antiguidades; e Kamal Naguib, presidente da Egyptian Aviation Union. Em 12 de janeiro de 1972, a primeira exposição de aeromodelos egípcios antigos foi aberta no salão do Museu Egípcio de Antiguidades. 0 doutor Abdul Quader Hatem, repre­sentando o primeiro-ministro, e Ahmed Moh, ministro da Aviação, apre­sentaram catorze “aeromodelos” egípcios antigos ao público.
Outra exposição curiosa do Museu Egípcio do Cairo é um grande con­junto de bumerangues encontrados na tumba do rei Tutankamon. Embora o bumerangue não seja bem um modelo de aeronave antiga, demonstra que os egípcios se interessavam muito pelos detalhes do vôo, pois poucos objetos se comportam como um bumerangue que acaba de ser lançado.

A figura de madeira considerada por alguns ser um pássaro, por outros ser um avião, data do século 3 a.C., e foi encontrada em Sakkara (ou Saqqara), no Egito
Diversos relevos mostram egípcios caçando com bumerangues, e esses objetos curvos já fo­ram encontrados na Flórida, na Polônia, no Texas e, naturalmente, na Aus­trália. Talvez os bumerangues tenham sido distribuídos pelos egípcios ou por alguma outra cultura antiga por diversos lugares do planeta. Diz Tomas, em We are not the first:
Um dos primeiros especialistas em aeronáutica foi Dédalo. Ele fez asas para seu filho Ícaro e para si mesmo, mas, ao pilotar seu planador, o jovem voou alto demais e caiu no mar que hoje é chamado mar de Ícaro. Os irmãos Wright tiveram mais sorte, 4.500 anos depois, porque a base da tecnologia aero­náutica já tinha sido desenvolvida antes deles.
É errado pensar que Dédalo faz parte da mitologia. Seus colegas – os enge­nheiros de Cnossos – construíram quedas de água em curvas parabólicas que são exatamente adequadas ao fluxo natural desse líquido. Só longos séculos de ciência teriam produzido esse afinamento. E isso também se apli­ca à aerodinâmica, que Dédalo pode ter dominado.
Frei Roger Bacon deixou em uma de suas obras uma frase misteriosa: “Má­quinas voadoras como essas existiam no passado, e são feitas ainda hoje”. Uma frase como essa, escrita no século XIII, é bastante enigmática. Primeiro, Bacon afirmou que engenhos voadores eram uma realidade em uma era ig­nota, e depois, que existiam em sua época. Ambas as hipóteses parecem exa­geradas, mas a história está repleta de lendas e de crônicas sobre aeronaves do passado.
Talvez ainda mais extraordinários sejam os registros chineses que dizem que o imperador Shun (aproximadamente 2.258-2.208 a.C.) construiu não apenas um aparelho voador como um pára-quedas, mais ou menos na época em que Dédalo construía seus planadores.”
Havia ainda o imperador Cheng Tang (1766 a.C.), que encomendou a um famoso inventor, Ki-Kung-Shi, uma carruagem voadora. O antigo cons­trutor aeronáutico concluiu a encomenda e testou a aeronave num vôo, supostamente chegando até a província de Honan em sua máquina voa­dora, que deve ter sido um planador. Depois, a máquina foi destruída por decreto imperial, pois Cheng Tang receava que os segredos de seu funcio­namento caíssem em mãos erradas.
Por volta do ano 300, o poeta chinês Chu Yuan escreveu sobre o vôo que fez em uma carruagem de jade a grande altitude acima do deserto de Gobi, na direção das montanhas Kun Lun, a oeste. Diz Tomas: “Ele descre­veu corretamente o modo como a aeronave não se deixou afetar pelo vento ou pela areia de Gobi, e a forma como realizou uma prospecção aérea”.


O folclore chinês está repleto de histórias sobre carruagens voa­doras e outros relatos de vôos. Tomas menciona uma pedra entalhada em um túmulo na província de Shantung, datado de 147 d.C., mostran­do uma carruagem em forma de dragão voando bem acima das nuvens. E, como mencionei antes, Ko Hung, historiador chinês do século IV, escreveu sobre “carros voadores com madeira tirada da parte interna da árvore jujuba, usando tiras de couro de boi atadas a lâminas girató­rias que põe em movimento a máquina”.
Leonardo da Vinci também projetou um helicóptero funcional, possivelmente valendo-se de diagramas chineses. Helicópteros, diferentemente de planadores, não pre­cisam de longas pistas de aterrissagem, mas são muito mais difíceis de se controlar. Contudo, uma combinação de balão e de hélices para ajudar a mover a nave seria uma proeza técnica que a dinastia chinesa poderia muito bem ter realizado.
Jim Woodman e alguns amigos fizeram experiências com tecnologia semelhante quando construíram uma cesta de bambu no Peru e fizeram-na flutuar sobre a planície de Nazca com um balão rudimentar a ar quen­te, feito de fibras nativas e tecido. A nave recebeu o nome Condor I, e Woodman contou sua história no livro Nazca: journey to the sun, lança­do em 1977. Eles chegaram a 360 metros de altitude e pousaram sem que ninguém tivesse se ferido. Woodman acredita que as linhas de Nazca, que só podem ser observadas plenamente do alto, eram vistas pelos antigos sacerdotes da região que sobrevoavam a planície desértica em balões de ar quente primitivos, mas eficientes.

As aeronaves do rei Salomão

Textos religiosos modernos apontam que diversos personagens his­tóricos teriam usado aeronaves ou carruagens voadoras. Uma dessas per­sonalidades foi o príncipe RAMA de Ayodha, do norte da Índia, sobre quem o Ramayana foi escrito. Logo adiante falaremos dele. Outro famoso pos­suidor de aeronave na Antiguidade foi o rei hebreu Salomão, o Sábio, filho de David.
Diz-se que Salomão teria construído o famoso Templo de Jerusalém para abrigar a Arca da Aliança, que, como vimos, parece ter sido um tipo de aparelho elétrico. Ele teve um caso com a rainha de Sabá, da Etiópia, que foi visitá-lo mais ou menos no ano 1000 a.C. Segundo a antiga tradi­ção etíope, registrada no Kebra Negast (“Glória dos Reis” – uma espécie de Antigo Testamento etíope, o mais importante documento para esse povo), a rainha Makeda saiu de Axum, então capital de Sabá, percorreu o mar Vermelho, até o atual Iêmen, e depois seguiu o Hijaz até Jerusalém, onde foi visitar a corte do rei Salomão. Ver a importante Arca da Aliança era uma das metas de sua visita.
Após conviver durante alguns meses com Salomão, Makeda precisou voltar para seu próprio reino, onde deu à luz o filho de Salomão, batizado como Menelik I. Foi com essa criança, que depois se tornou rei, que teve início a estirpe salomônica de governo da Etiópia. Essa linhagem perma­neceu ininterrupta durante três milênios, até a morte de Hailé Selassié (nascido Ras Tafari, 225o governante salomônico) em agosto de 1975. Segundo o Kebra Negast, o rei Salomão podia visitar Makeda e seu filho Menelik voando em um “carro celeste”. Diz o texto que “O rei […] e todos que obedeciam à sua palavra voavam no carro sem dor ou sofrimento, e sem suor ou exaustão, e percorriam em um dia uma distância que leva­ria três meses para atravessar (a pé)”.
Por todo o Oriente Médio até a Caxemira há montanhas conhecidas como “Tronos de Salomão”, inclusive uma formação de perfil plano no noroeste do Irã, conhecida como Takht-i-Suleiman (Trono de Salomão). Já se conjeturou que elas podem ter servido de base de pouso para a aeronave de Salomão. Nicholas Roerich atesta que por toda a Ásia Central existe a crença de que Salomão voava em uma aeronave.
Até hoje, na concepção popular, o rei Salomão circula em sua miraculosa máquina voadora sobre a vastidão da Ásia. Muitas montanhas da Ásia con­têm ruínas ou pedras com a impressão de seu pé ou de seus joelhos, como evidência de sua longas preces. Esses são os chamados tronos de Salomão. O Grande Rei voou para essas montanhas, foi até as maiores alturas, deixou para trás a preocupação com a governança e lá rejuvenesceu o espírito.


Será que o rei Salomão possuía um veículo voador, no qual voava até a Pérsia, Índia e Tibete? Com quem ele se encontrava nesses lugares? Tendo em vista a quantidade de histórias sobre veículos voadores encontradas nos antigos épicos indianos, isso não é tão incomum. Pelo mundo todo encontram-se montanhas com ruínas no cume. Uma cidade impressionante e que se enquadra na descrição é Machu Picchu, no alto de uma montanha peruana. Será que as grandes áreas gramadas dessas cidades serviam de campo de pouso para veículos aéreos semelhantes a zepelins? É um mun­do estranho, repleto de estranhas lendas, histórias e antigos mistérios. Às vezes, com efeito, “a verdade é mais estranha do que a ficção!”

Os primeiros programas espaciais

Alguns textos antigos falam não apenas de naves antigas, como a des­crita na visão bíblica de Ezequiel, mas também relatam testemunhos oculares de viagens ao espaço exterior. O Épico de Etana, escrito na Babilônia há 4.700 anos, contém o poema do “Vôo de Etana”:
“Vou levá-lo ao trono de Anu”, disse a águia. Eles voaram durante uma hora e então a águia disse: “Olhe para baixo, veja o que aconteceu com a terra!” Etana olhou para baixo e viu que a terra havia se tornado uma colina, e o mar um poço. E voaram por mais uma hora, e novamente Etana olhou para baixo: agora a terra se parecia com uma pedra de moinho, e o mar com uma xícara. Após a terceira hora, a terra era apenas um grão de poeira e o mar não podia mais ser visto.
Anu, o Zeus do Olimpo babilônio, era o deus das Grandes Profundezas Celestes – aquilo que hoje chamamos de espaço. A descrição desse vôo espa­cial mostra exatamente o que acontece quando um ser humano se afasta do planeta. É importante lembrar que temos na narrativa o conceito da Terra redonda, que fica menor em virtude da perspectiva alterada pela distân­cia, indicando um genuíno relato de testemunha ocular.
O Livro de Enoch, parte dos “Apócrifos”, contém uma passagem que também parece descrever o vôo espacial:
E me ergueram ao céu […] (14:9)
E era quente como fogo e frio como gelo […] (14:13)
Vi onde ficam os luminares […] (17:3)
E cheguei a uma grande escuridão […] (17:6)
Vi um profundo abismo (17:11)
Não parece o relato vivo de uma viagem espacial? É um profundo abis­mo, onde objetos ficam quentes no lado iluminado pelo Sol e gelados no lado da sombra. E é lá que ficam o Sol, a Lua, os planetas e as estrelas, como disse Enoch.
No segundo século de nossa era, Luciano, escritor grego que visitou a Ásia Menor, a Síria e o Egito, escreveu sua novela Vera História. Ele apre­sentou o relato de uma viagem à lua bem anterior ao programa espacial americano: “Tendo assim prosseguido em nosso curso pelo céu, no espaço de sete dias e outras tantas noites, no oitavo dia vimos uma espécie de Terra no ar, semelhante a uma grande ilha circular e reluzente, espalhan­do uma luz bastante brilhante à sua volta”.


Andrew Tomas diz que a tradição histórica chinesa menciona Hou Yih (ou Chih Chiang Tzu-Yu), engenheiro do imperador Yao, familiarizado com a astronáutica. No ano 2.309 a.C., ele decidiu visitar a Lua em uma ave celeste. Essa ave informou-lhe os horários corretos do nascer, da culminação e do pôr-do-sol. Teria sido o equipamento de uma espaçonave a informar o astronauta pré-histórico? Hou Yih explorou o espaço “escalan­do a corrente de ar luminoso”. O escape de um foguete?
Hou Yih voou pelo espaço, onde “não percebeu o movimento rotatório do Sol”. Essa frase é de importância fundamental na corroboração da his­tória, pois só no espaço é que o homem não consegue observar o movi­mento diurno do Sol. Na Lua, o astronauta chinês viu o “horizonte de aparência congelada” e construiu nela o “Palácio do Grande Frio”. Sua mulher, Chang Ngo, também comentou a viagem espacial. Segundo os tex­tos da China antiga, ela voou até a Lua, para ela “brilhante como vidro, uma esfera luminosa, de tamanho enorme e muito fria; a luz da Lua tem origem no Sol”, declarou Chang Ngo.
É essa mensagem sobre a Lua que torna a história de 4.300 anos tão instigante. O relato sobre a exploração feita por Chang Ngo na Lua está correto. Os astronautas da Apolo 11 viram que a Lua é desolada, com solo semelhante ao vidro. É fria na sombra, mais do que em nossos pólos. E, naturalmente, a luz da Lua vem do Sol.
Tomas menciona outro antigo livro chinês, A coleção de histórias antigas, escrito no século IV. O livro inclui uma interessante história da época do imperador Yao, quando Hou Yih e Chang Ngo foram para a Lua. Um imenso navio surgiu no mar à noite, com luzes brilhantes que se apagavam de dia. Ele também podia navegar até a Lua e as estrelas, daí seu nome “navio perto das estrelas” ou “barco da Lua”. Essa gigantesca nave, que podia viajar pelo céu ou navegar pelos mares, foi vista durante doze anos.
Tomas afirma que um dos livros mais antigos do mundo sobre astro­nomia é o livro hindu Surya Siddhanta. Fala de Siddhas e Vidyaharas, ou filó­sofos e cientistas, que conseguiram orbitar a Terra em uma época remota, “abaixo da Lua, mas acima das nuvens”. Diz Tomas:
Outro livro indiano – o Samarangana Sutradhara – contém um parágrafo fantástico sobre a era distante em que os homens voavam em aeronaves e em que seres celestes vinham do céu. Fomos testemunhas de uma espécie de tráfego espacial de mão dupla em uma época esquecida? Em seu ensaio sobre o Rig Veda, o professor H. L. Hariyappa, da Universi­dade de Misore, escreve que em uma era remota “deuses vinham à Terra com freqüência”, e que era “privilégio de alguns homens visitar os imortais no céu”. A tradição da índia repisa a realidade dessa comunicação com ou­tros mundos durante a Era Áurea.

Antigos textos sânscritos falam dos nagas, ou deuses-serpente, que vivem em palácios subterrâneos iluminados por gemas luminosas na vastidão do Himalaia. Os nagas são criaturas voadoras que percorrem demoradamente o céu. A crença nos nagas está tão bem implantada na consciência nacional da Índia que, mesmo hoje, filmes e peças teatrais exploram o tema, para deleite das platéias indianas. A cidade subterrânea dos nagas – Bhogawati – brilhantemente iluminada por diamantes, pode ser a imagem folclórica de uma base espacial, iluminada e dotada de sistema de circulação de ar. Perguntamo-nos se esses cosmonautas ainda estão por lá. Segundo os sábios brâhmanes, o deus Garuda é uma combinação de homem e ave, e viaja pelo espaço. Acredita-se que ele teria chegado à Lua e até à Estrela Polar, que fica a cinqüenta anos-luz de nós.
O quinto volume do Mahabharata contém uma passagem que só pode ter um significado – a vida em outros planetas: “Infinito é o espaço habitado pelos perfeitos e pelos deuses; não há limite para suas maravilhosas moradas”. Contos sobre a descida dos deuses celestes à Terra podem ser encon­trados em todo o planeta. O Novo Testamento contém uma passagem sig­nificativa: “Não se esqueçam da hospitalidade, pois algumas pessoas, graças a ela, sem saber acolheram anjos”(Hebreus 13:2). Perguntamo-nos se os anjos precisam mesmo de entretenimento, mas pilotos e astronau­tas sempre podem aproveitar uma boa refeição quentinha!
Desenvolveram-se mitos até no século XX. O culto à carga da Melanésia sustentava a estranha crença de que a “carga”, ou artigos manufaturados como facas, alimentos enlatados, sabonetes ou escovas de dentes seriam levados às suas tribos da Idade da Pedra por “grandes canoas” ou “gran­des pássaros”. Quando os aviões americanos lançaram quantidades de alimentos na selva para apoiar o avanço das tropas australianas e ameri­canas em 1943, os nativos tomaram isso como a concretização do mito. Depois da guerra, os nativos continuaram a construir imitações de pistas de pouso para que os grandes pássaros soltassem a “carga”. Construíram até imensos depósitos para os objetos que aguardavam. Como viram rá­dios de comunicação, ergueram mastros com antenas e fizeram “apare­lhos de rádio” de bambu, com os quais esperavam entrar em contato com seus “deuses”. Parte dessa crença dizia que os ancestrais mortos estavam enviando alimentos de graça na forma de “cargos”.
Influenciados pelo cristianismo, alguns acharam que poderiam con­versar com Jesus Cristo ou “John Fromme” por meio desses transmisso­res de rádio de bambu. Mas permeando essas crenças ingênuas, havia uma base real: os “grandes pássaros” (aviões), as “grandes canoas” (navios) e o “cargo” (artigos manufaturados pela sociedade industrial) eram bem reais.
Do mesmo modo, antigas lendas sobre “deuses que desciam à Terra” em uma era de convivência entre “homens e deuses” podem ser lembran­ças folclóricas de um tempo em que aeronaves atravessavam o planeta, pousando em certos aeroportos em cidades maiores. Com efeito, muitas cidades antigas, como nas Américas Central e do Sul, têm grandes espa­ços abertos diante delas, ou no meio da cidade – áreas planas, aptas a rece­ber grandes aeronaves.

Lendas e histórias sobre levitação

Os físicos dizem que existem diversas “forças” atuando sobre nós a cada momento: a atômica, a elétrica, a magnética e a gravitacional. A gravidade é a mais fraca e menos compreendida de todas essas forças. Paradoxalmente, a força mais fraca é a mais difícil de se dominar, pois se sabe muito pouco a seu respeito. Contudo, a levitação, um cancelamento da força gravitacional, é um fato consumado – pelo menos nos registros históricos! Diz Tomas:
Algumas das histórias mais inacreditáveis da Antigüidade dizem respeito à levitação, ou ao poder de neutralizar a força da gravidade. François Lenormand escreve, em Chaldean magic, que por meio de sons os sacerdotes da antiga Babilônia conseguiam erguer no ar pedras tão pesadas que mil homens não as conseguiriam levantar.
Como foi feito Baalbek? A gigantesca laje deixada na pedreira aos pés do terraço de Baalbek pelos titãs que a construíram tem 21 metros de compri­mento, 4,8 de largura e 4,2 de altura. Quarenta mil trabalhadores seriam necessários para mover essa imensa rocha. A questão que se formula é como tal multidão conseguiria ter acesso à laje para transportá-la? Ademais, mes­mo em nossa brilhante era tecnológica, não existe um único guindaste que possa erguer da pedreira esse monólito!
Monólito gigantesco encontrado em Baalbek

Certas fontes árabes contêm histórias curiosas sobre a forma pela qual as pirâmides do Egito foram construídas. Segundo uma delas, as pedras fo­ram envolvidas em papiro e depois tocadas por um sacerdote com uma vara. Assim, ficaram completamente sem peso e puderam ser movidas pelo ar por muitos metros. O hierofante repetiu o procedimento até a pedra chegar à pirâmide e ser posta no lugar. Isso explicaria a ausência de lascas nas arestas dos blocos de pedra, lascas que o autor procurou em vão, e as juntas, entre as quais não se consegue enfiar uma folha de papel. Embora a pirâmi­de de Quéops tenha deixado de ser a construção mais alta do planeta, ainda é a maior estrutura megalítica do mundo.
Registros babilônicos afirmam que o som pode erguer pedras. A Bíblia fala de Jericó e daquilo que as ondas sonoras fizeram com as suas muralhas. Escritos coptas relatam o processo pelo qual os blocos usados nas pirâmi­des eram elevados pelo som de cânticos. Contudo, no atual nível de conhe­cimentos da humanidade, não podemos estabelecer uma conexão entre sons e ausência de peso.
Menciona-se ainda que Luciano (século II) teria testemunhado a rea­lidade da antigravidade na história antiga. Falando do deus Apolo em um templo de Hierápolis, na Síria, Luciano mencionou um fenômeno que testemunhou pessoalmente: “Apolo deixou os sacerdotes para trás e se ergueu”.
Tomas, que viajou muito pela China e Índia na década de 1960, men­ciona que a biografia de Liu Na no Shen Hsien Chuan (do século IV) con­tém um caso de levitação. Quando Liu Na engoliu seu elixir taoísta, começou a levitar. Mas ele deixou o frasco no quintal, e não demorou para que os cães e galináceos lambessem e bebessem o líquido que ainda resta­va no frasco. Como dizem os registros históricos: “Eles também começa­ram a subir ao céu; assim, ouviam-se gaios cocoricando no céu, e os latidos dos cães ressoavam entre as nuvens”. Do mesmo modo, ele diz que uma narrativa jataka budista fala de uma pedra mágica, capaz de erguer um homem no ar caso ele a leve na boca.
Conta-se a história de Simão, o Mago, filósofo gnóstico do século I que se dirigia a milhares de ouvintes em Roma tratando de sua filosofia gnóstica, ou do conhecimento. Diz a tradição que os “espíritos do ar” aju­davam-no a se elevar bem alto, pois Simão era “um homem versado nas artes mágicas”. Embora os historiadores cristãos não tenham muita cer­teza quanto à origem dos poderes de Simão, atribuía-se a ele o poder da levitação. Dizem também que o mago fazia com que estátuas perdessem o peso e flutuassem pelo ar. Jâmblico, filósofo neoplatônico do século IV, também flutuava pelo ar, a uma altura de meio metro.
A Igreja Católica relaciona cerca de duzentos santos que, segundo se diz, dominaram a força da gravidade. Segundo Rufino, Santa Cristiana, missionária cristã na Espanha no século III, teria realizado um prodígio de antigravidade. O rei e a rainha da Ibéria mandaram construir uma igre­ja, mas uma coluna era tão pesada que ninguém conseguia colocá-la no lugar. Diz a história que a santa foi até o local da obra à meia-noite e rezou pedindo ajuda. De repente, o pilar se ergueu no ar e ficou flutuando até o raiar do dia. Os operários, atônitos, não tiveram dificuldade para mover a coluna até o lugar certo, com o que ela recuperou o peso e foi instalada facilmente em seu pedestal.
Em Monte Cassino, na Itália, há uma pedra grande e pesada que, se­gundo a tradição, foi erguida por São Benedito (448-548) por meio da neu­tralização da gravidade. A pedra estava destinada ao muro de um mosteiro que estava sendo construído em sua época, e os pedreiros não conseguiam movê-la. São Benedito fez o sinal da cruz sobre o bloco e ergueu-o sozinho, sem qualquer esforço, sob os olhares espantados dos sete homens que não conseguiam erguê-lo.
Tomas diz que o rei Fernando I foi anfitrião de São Francisco de Paula (1416-1507) em Nápoles. Por uma porta entreaberta, ele viu o monge em me­ditação, flutuando bem acima do assoalho de seu quarto. Não era raro San­ta Teresa d’Ávila (1515-1582) flutuar no ar, às vezes nos momentos menos oportunos, como durante a visita de uma abadessa ou bispo a seu mosteiro, quando ela se erguia subitamente até o teto.
Provavelmente, o mais famoso dos santos voadores foi o monge italia­no José de Copertino (1603-1663). Para ajudar dez homens que se esforça­vam para erguer um cruzeiro de 11 metros, São José voou 60 metros, recolheu a cruz nos braços e colocou-a em seu lugar. Em 1645, na presença do embaixa­dor espanhol na corte papal, ele flutuou pela igreja acima das cabeças dos presentes e pousou aos pés de uma imagem religiosa. O embaixador, sua esposa e todos os presentes ficaram absolutamente atônitos.


Logo que se instalou na Índia, a imprensa britânica publicou muitos relatos de iogues sentados em postura de Buda, flutuando até sobre a água. Faquires subiam em cordas levitadas ou levitavam enquanto se apoiavam em um cajado. Tomas apresenta um caso relativamente recente (1951) de levitação no Nepal, apresentado por E. A. Smythies, conselheiro do governador do Nepal, que falava a respeito de seu jovem serviçal nativo que entrou em transe:
Sua cabeça e seu corpo estavam tremendo e mexendo, seu rosto estava mo­lhado de suor e ele fazia ruídos estranhíssimos. Para mim, parecia incons­ciente daquilo que estava fazendo ou que serviçais bastante espantados – além de mim mesmo – estavam observando tudo a uma distância de 2 ou 3 metros. Isso durou mais de dez minutos, talvez quinze, quando subitamente (com suas pernas cruzadas e suas mãos unidas) ele se ergueu a mais de meio metro do chão e, depois de um segundo, caiu com alarido. Isso aconteceu mais duas vezes da mesma maneira, exceto que suas mãos e pernas estavam separadas.

Além disso, Smythies informa que:

Segundo o Surya Siddhanta, um texto de dois mil anos atrás, os siddhas, adeptos da ciência superior, podiam se tornar extremamente pesados ou leves como penas. Esse antigo conceito de gravidade como força variável, e não como constante, é em si bastante notável, pois, pelo que sabemos, não havia nada na experiência física dos antigos brâmanes que pudesse indicar um modo para que os objetos ganhassem ou perdessem peso.
Em 1939, um engenheiro aeronáutico sueco chamado Henry Kjellson afirmou ter testemunhado monges tibetanos levitando pedras ao som de grandes tambores. Em um livro publicado em sueco, Kjellson disse que catorze tambores de porte médio ou grande, pendurados em uma estrutura e acompanhados por trompas e um grupo de duzentos monges, foram percutidos em um ritmo especial até que um grande bloco de granito se er­guesse sobre um despenhadeiro. O pesado bloco de pedra teria voado pelo ar em arco e pousado na beira de um despenhadeiro, ao lado de uma mon­tanha situada a 250 metros acima da multidão.
Diz Kjellson que o episódio foi filmado em 16 milímetros, mas esse filme nunca foi exibido. O uso de cometas e tambores para levitar objetos por meio da acústica foi estudado pela NASA, e é interessante comparar um moderno cone de alto-falante com fotos e diagramas de discos voado­res. São bastante similares! Na batalha bíblica de Jericó, foram usadas cornetas para destruir as muralhas da cidade. Armas ultra-sônicas, que usam ondas sonoras para destruir, são hoje uma realidade. Será que exis­tiam também na Antiguidade?
A famosa exploradora francesa Alexandra David-Neel, que morreu em 1969 com 101 anos, escreveu em With mystics and magicians in Tibet a respeito de suas estranhas experiências com levitação naquele país, onde morou por catorze anos: “Deixando de lado o exagero, minha limi­tada experiência e aquilo que ouvi de lamas confiáveis me convenceram de que é possível atingir a condição em que não se sente mais o peso do próprio corpo”. A senhora David-Neel teve a sorte de ver um lama sonâmbulo, ou lung-gom-pa. Esses sacerdotes chegam a ficar quase sem peso, deslizando pelo ar, após um longo período de treinamento. O lama que ela observou em sua viagem pelo norte do Tibete pulava “com a elasticidade de uma bola e tornava a pular sempre que seus pés tocavam o chão”.
Os tibetanos instruíram Alexandra a não detê-lo ou se aproximar dele, pois isso poderia causar sua morte por choque. Quando esse lama passou por ela com extraordinária rapidez em sua corrida ondeante, a exploradora e seus companheiros decidiram segui-lo a cavalo. Malgrado contarem com um meio de transporte superior, eles não conseguiram acompanhar o lama sonâmbulo! Nesse estado de transe, segundo se diz, o lung-gom-pa se man­tém consciente do terreno e dos obstáculos diante de si.
A senhora David-Neel recebeu algumas informações bastante impor­tantes sobre essa levitação. Os períodos mais favoráveis para essas mar­chas sonâmbulas eram a manhã, a noite ou a madrugada, sendo piores o meio-dia ou a tarde. Portanto, pode existir alguma correlação entre a posi­ção do Sol e a gravidade. Dizem que o poder é desenvolvido praticando-se respiração profunda e rítmica, com boa concentração mental.


Após muitos anos de prática, os pés do lama não tocam mais a terra e ele começa a planar, movendo-se com grande agilidade, escreve David-Neel. Ela diz ainda que alguns lamas criam gravidade artificial usando pesadas correntes para não saírem flu­tuando pelo espaço! Embora a levitação pessoal possa ser conveniente para alguns, e certa­mente é interessante saber que ela desafia “leis” físicas conhecidas, estamos preocupados com máquinas voadoras feitas com parafusos e porcas.

O Império Rama na Índia

Do ponto de vista arqueológico, a idéia de que a civilização teria co­meçado na Suméria é bem recente, começando com as escavações ingle­sas e alemãs em meados do século XIX. Nessa época, estabeleceu-se que a Suméria seria a mais antiga civilização do planeta, e que todas as outras deveriam ser mais recentes. Basicamente, a ciência sustentava que o ho­mem viveu sob o caos durante dezenas ou centenas de milhares de anos até o aparecimento dos sumérios, por volta de 9.000 a.C. Hoje, imagina-se que a Suméria não seria a mais antiga cultura, e teoriza-se que as cultu­ras da Índia antiga e do Sudeste Asiático seriam muito mais velhas.
Os registros históricos da própria Índia afirmam que sua cultura exis­te, literalmente, há dezenas de milhares de anos. Contudo, até 1920, todos os “especialistas”concordavam em afirmar que as origens da civilização indiana deveriam ser fixadas alguns séculos antes da expedição de Ale­xandre, o Grande, ao subcontinente, em 327 a.C. Mas isso foi antes da des­coberta das cidades de Harappa e Mohenjo Daro, no atual Paquistão. Mais tarde, outras cidades foram descobertas e escavadas com o mesmo plano, incluindo-se Kot Diji, perto de Mohenjo Daro, Kalibangan e Lothal, um porto em Gujerat, Índia. Lothal é uma cidade portuária que hoje se situa a quilômetros do mar.
A descoberta dessas cidades forçou os arqueólogos a recuarem a datação da origem da civilização indiana em milhares de anos, como os próprios indianos afirmavam ser. Os pesquisadores atuais se encantaram com essas cidades, altamente desenvolvidas e avançadas. A maneira pela qual cada cidade estava disposta em quarteirões e seções regulares, com ruas cruzando-se em ângulo reto, fez com que os arqueólogos acreditassem que as cidades foram concebidas como um todo antes de serem construídas – um exemplo notavelmente precoce de planejamento urbano. Mais notável ainda é que a canalização do sistema de esgotos das maiores cidades era tão sofisticada que chega a ser superior àquela encontrada hoje em mui­tas cidades do Paquistão (e de outros países). 0 esgoto era coberto e a maioria das casas tinha vasos sanitários e água corrente. Ademais, as ca­nalizações de água e de esgotos eram bem separadas.
Essa cultura avançada tinha sua própria escrita, nunca decifrada, e seus membros usavam selos de argila personalizados, assim como os chi­neses ainda fazem, para oficializar documentos e cartas. Alguns dos se­los contêm figuras de animais que hoje desconhecemos! Ao contrário de outras nações antigas como o Egito, a China, a Breta­nha ou o Peru, os antigos hindus não sofreram a destruição de seus livros de história; portanto temos um dos poucos e verdadeiros vínculos com um passado extremamente antigo e cientificamente avançado. Os estu­diosos de hoje valorizam os antigos textos hindus, pois constituem uma das últimas e tênues conexões com as antigas bibliotecas do passado. A supercivilização conhecida como Império Rama está descrita no Ramaya­na, que encerra muitas chaves para as verdades do passado.
O Ramayana descreve as aventuras de um jovem príncipe chamado RAMA, que se casou com uma bela mulher chamada Sita. Após alguns anos de casamento, Sita é raptada pelo inimigo de Rama, Ravanna. Ravanna leva Sita em seu vimana até a capital de seu reino, em uma ilha chamada Lanka. Rama usa seu próprio vimana e convoca um pequeno gru­po de amigos para voar até Lanka e resgatar sua importuna esposa. Ele a leva de volta para a sua cidade, Ayodhya, e ela se exila na floresta por ter sido infiel. Rama, depois de anos de angústia, finalmente volta a se reunir a ela, e ambos vivem felizes para sempre.
A cidade mencionada no Ramayana como Ayodhya é, segundo se acre­dita, a pequena cidade de Ayodhya, no norte da Índia. Todo ano organiza- se um festival hindu na cidade, e uma imitação de vimana percorre a aldeia. Recentemente, foi publicado no boletim arqueológico Motilal Banarsidass Newsletter (fevereiro de 1998) que um professor aposentado de geografia, S. N. Pande, sugeriu que a Ayodhya de Rama estaria localizada no Afega­nistão. Doutor Pande disse que a atual Ayodhya datava de 800 d.C., e que os eventos narrados no Ramayana eram muito mais antigos.

Rama e Sita desembarcam de um Vimana

O doutor Pande acredita que a antiga cidade de Ayodhya foi recons­truída como Kushak, onde vivia a tribo kashi e que ganhou o nome de Kusha, filho de Rama. Assim, Ayodhya e Kashi tornaram-se sinônimos naquela época, diz Pande. É curioso pensar que muitos dos eventos do Ramayana e do Mahabharata tenham ocorrido na Pérsia e no Afeganistão, bem como no subcontinente indiano. Considerando as conexões tradicionais en­tre o Mediterrâneo oriental, a Pérsia e a Índia, isso não deve mesmo sur­preender. O que surpreende são as histórias de vôo e de batalhas aéreas na Antigüidade.
Rama governou a Terra por 11 mil anos.
Mandou fazer um festival que durou um ano
Aqui mesmo na Floresta Naimisha.
Na época, toda essa terra era parte de seu reino;
Há uma era do mundo;
Muito antes do presente, e no passado remoto.
Rama era rei desde o centro do mundo,
Até as margens dos Quatro Oceanos.
Capítulo de abertura do Ramayana, de Valmiki 
A Constelação da Virgem foi atribuída a Inanna; no ano oitocentos e sessenta (2.900 a.C.), segundo a conta dos anos da Terra, honrou-se assim a Inanna. Longe, nas terras orientais, além das sete cadeias montanhosas, estava a Terceira Região. Zamush, a Terra das Sessenta Pedras Preciosas, chamou a seu reino das terras altas Inanna.
Aratta (Harappa?), o Reino Arborizado, estava localizado no vale de um grande rio sinuoso; numa grande planície, as pessoas cultivavam cereais e pastoreavam o gado. Também se construíram duas cidades (n.t. Hoje as suas ruínas são Mohenjo-Daro e Harapa, no Vale do rio Indus, no atual Paquistão) com tijolos de barro, encheram-nas de celeiros. 

Como exigia o decreto de Enlil, o Senhor Enki, Senhor da Sabedoria, designou uma nova língua para a Terceira Região, um novo tipo de signos de escritura elaborou para ela, em sua sabedoria, Enki criou para Aratta uma língua de homem até então desconhecida; mas Enki não deu os ME dos reinos civilizados à Terceira Região: Que Inanna compartilhe com a nova região o que obteve para o Unug-ki!, declarou Enki. Excerto do post: O Livro perdido de Enki – 12ª Tabuleta }
Mais informações sobre civilizações antigas em:

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