sábado, 1 de outubro de 2016

OS MARAVILHOSOS CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS DA ANTIGUIDADE- CONTINUAÇÃO


Ancient_Aliens_tecnologia

 A incrível tecnologia dos Antigos (3a)
Posted by Thoth3126 on 11/08/2016

O Enigma da Tecnologia Antiga 

A todos os cientistas-filósofos, de mente aberta, espalhados pelo mundo e quecontinuam a estudar, a aprender e a crescer. Possam eles nos levar até o infinito, e além. 
“E aqui, meu caro Watson, chegamos a um desses mundos da conjectura no qual as mentes mais lógicas podem falhar; cada um pode formular sua própria hipótese com base na evidência presente e, provavelmente, a sua será tão acertada quanto a minha”. Sherlock Holmes, a aventura da casa vazia.

Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch

O Enigma da Tecnologia Antiga (livro: “A Incrível Tecnologia dos Antigos” de David Hatcher Childress)

Capítulo 3(a): Metalurgia e Máquinas Antigas

“Lá na Encruzilhada Madison, os wasiches encontraram bastante daquele metal amarelo (ouro) que eles veneram e que os deixa alucinados”. Black Elk Speaks

Mineração e fundição na Antigüidade

Para ter alta tecnologia, uma civilização precisa de metais resis­tentes para criar máquinas; metais como ferro e aço. De modo geral, a ciência convencional diz que o uso humano de ferro fundido reflete a história do lento e esporádico desenvolvimento tecnológico que teria começado há cerca de cinco mil anos. Há evidências, como veremos, de que a metalurgia e a manufatura de objetos metálicos data de 50.000 a.C., ou de antes.

A origem do ferro e da metalurgia em geral está envolta em mistério, em lendas e nas brumas do tempo. A lenda bíblica de Tubal Cain trata dos guardiões dos segredos da metalurgia. Como vimos, a lenda de Osíris con­ta que após sua ressurreição, ele viajou pelo mundo revelando o conheci­mento da metalurgia e da ciência. A descoberta original da técnica de fundição do ferro e, em última análise, de produção de aço, teria ocorrido entre os hititas da Turquia cen­tral por volta de 2.700 a.C. Dizem que o conhecimento do ferro e do aço só teria se difundido pelo Ocidente a partir de 1.200 a.C., aproximadamente.


Exceto por artefatos anômalos, os atuais registros arqueológicos co­meçam a assinalar a presença de objetos de ferro a partir do terceiro milê­nio a.C. até o presente. Esses espécimes aceitos, que se infere serem de ferro forjado, foram descobertos em diversos lugares. Em Tell Chagar Ba­zar, no norte da Síria, foi encontrado um fragmento de ferro supostamente datado de 2.700 a.C.; escavações em Tell Asnar, no Iraque, encontraram uma faca com lâmina de ferro e bainha de bronze datada do final do pri­meiro período dinástico da Suméria (entre 2.450 e 2.340 a.C.); uma adaga com lâmina de ferro e cabo dourado estava nas tumbas reais de Alaca Huyuk, na Anatólia, e data de 2.600-2.300 a.C.

Contudo, já foram encontrados objetos de ferro anteriores a 2.700 a.C., mesmo no entender de arqueólogos tradicionalistas, que explicam esses pequenos objetos como sendo de “ferro meteórico”, e não efetivamente fundido. Segundo o arqueólogo sul-africano Nikolass van der Merwe, em seu livro The carbon-14 dating of iron:

“Antes de conhecer a fundição do ferro, o homem conseguia usar o ferro de meteoros. A habilidade de cortar e desbastar a pedra, comum desde tempos neolíticos, era suficiente para confeccionar objetos com ferro meteórico. Contudo, o conhecimento da extração de ferro a partir de seus minérios só foi adquirido no terceiro milênio a.C. O metal resultante não tinha muita qualidade, e só ocorrências isoladas na Anatólia, na Mesopotâmia e em re­giões próximas foram registradas. O bronze, então nos seus primeiros está­gios de desenvolvimento cultural, mostrou-se mais barato e mais durável para a confecção de lâminas cortantes do que as primeiras formas de ferro. A influência do ferro como importante matéria-prima manufatureira só foi percebida com o desenvolvimento das técnicas básicas de produção do aço por parte dos hititas. Após um período inicial de desenvolvimento, no de­correr de uns cinco séculos antes de 1.200 a.C., o ferro se espalhou rapida­mente.

Por volta de 500 a.C., o ferro era usado na maior parte da Europa, no Extremo Oriente e na África, onde chegou à Núbia e à Nigéria. Com a disseminação da técnica de fundição de ferro, foram acrescentados novos procedimentos metalúrgicos. Na região do Mediterrâneo, as técnicas de manufatura e beneficiamento do aço desenvolveram-se rapidamente. No início da Era Cristã, técnicas como carbonização, têmpera e resfriamento súbito, entre outras, eram bem conhecidas, e o uso do processo direto ficou bem estabelecido. Na China, surgiu uma tradição metalúrgica diferente; as­sim que se percebeu a utilidade do ferro, foi desenvolvido o ferro-gusa. O processo de produção de aço pela descarburização desenvolveu-se rapida­mente e tornou-se o padrão da metalurgia ferrosa no Oriente. Na Europa, o processo direto manteve-se em voga até o século XIV, quando a introdução do ferro-gusa e do processo indireto assentou as bases da moderna indús­tria do ferro”.

A mineração já existia, sem dúvida, há muitas dezenas de milhares de anos. Metais como cobre, ouro e prata têm sido extraídos de minas des­de 50.000 a.C., pelo menos. O motivo para isso é que esses metais podem ser extraídos do solo e usados diretamente. Em outras palavras, o cobre puro pode ser tirado de uma mina e trabalhado para se fazer uma ponta de lança, faca ou espada. O ouro e a prata são mais macios, mas úteis em uma série de aplicações.

Ligas metálicas são outra história, mas algumas são relativamente fáceis de se obter, como o electro, a mistura de ouro e prata. Outras ligas, como o estanho e o bronze, exigem certo refinamento, e é aqui que entra a alta tecnologia. A platina tem um ponto de fusão elevado, e seu processa­mento é difícil. A descoberta do ferro meteórico pode ter aguçado a curiosidade dos antigos, mas será que todas as peças antigas de ferro foram feitas a partir de meteoritos? Ou seriam fruto de uma verdadeira fundição? Diz Nikolass van der Merwe:

“A lista dos primeiros artefatos de ferro meteórico nos registros arqueológi­cos é fragmentada e breve. Em parte, isso se deve ao fato de as fontes dispo­níveis de ferro meteórico serem extremamente limitadas, fazendo com que a quantidade de artefatos fabricados com ele seja muito reduzida. Igual­mente importante é o fato de que é necessária a determinação química do conteúdo de níquel de uma peça de ferro ou a análise metalográfica de sua estrutura para identificar sua origem meteórica; é importante lembrar que, normalmente, objetos de ferro meteórico só têm sido identificados quando estão envolvidos projetos arqueológicos de vulto, dos quais participaram especialistas de muitas disciplinas, ou nos casos em que artefatos de ferro aparecem em um momento inesperadamente antigo na escala arqueológica.


Analisando-se uma lista dos primeiros objetos de ferro meteórico, compila­da por Coghlan, merecem destaque alguns exemplos. A mais antiga ocor­rência conhecida vem de Gerzah, no Egito, onde Wainwright descobriu di­versas contas de colar ferrosas. De acordo com o sistema Petrie, essas con­tas foram datadas de S.D. 60-63 (aproximadamente 3.500 a.C.), e seu conteúdo de níquel é de 7,5%, claramente dentro da faixa do ferro meteórico. Na Mesopotâmia, Woolley recuperou das tumbas reais de Ur (aproximadamen­te 2.500 a.C.) fragmentos de ferro com conteúdo de níquel de 10,9%. Em Alaca Huyuk, na Anatólia, dois espécimes com conteúdo de níquel de 5,08% e 4,3% foram identificados nos níveis do início da Idade do Bronze II (aproximada­mente 2.600-2.300 a.C.).”

Alguns desses antigos espécimes, notadamente no caso de Alaca Huyuk, eram contemporâneos de objetos de ferro fundido achados nos mesmos de­pósitos. Portanto, parece razoável supor que muitos objetos de ferro meteórico passaram despercebidos por falta de análise química ou metalográfica. É provável que o conhecimento do uso desse material tenha ficado particularmente confinado a épocas e lugares em que objetos de fer­ro aparecem em um contexto inesperado.

A origem da fundição

Teoriza-se que a origem da fundição está no simples aquecimento de areia dourada a fim de se extrair o metal, que se funde facilmente. A ex­tração do mercúrio a partir do cinábrio é similar, embora isso pareça ter ocorrido bem mais tarde, pois o mercúrio não é particularmente útil nem como metal, nem como líquido, exceto em chaves elétricas e giroscópios, como veremos adiante. Este autor acredita que a mineração começou na Terra há cerca de 40 mil anos, pelo menos, e que a fundição começou pouco depois, se não na mesma época. Embora a ciência convencional acredite que a fundição do ferro começou com os hititas, ainda há muito mistério nesse processo. Diz van der Merwe:

Foram feitas algumas tentativas, por raciocínio indutivo, de reconstruir os procedimentos usados nas primeiras fundições de ferro. A mais simples dessas reconstruções envolve a produção de ouro a partir de areias conten­do o minério. Os antigos egípcios fundiam o ouro das areias dos desertos da Núbia, que também continham certa quantidade de magnetita. Sob condi­ções adequadas, o ferro se formaria acima do ouro derretido no cadinho, sob uma camada de escória. Isso aconteceria se uma atmosfera redutora estivesse acidentalmente presente e se a relação entre magnetita e areia fosse da ordem de 2:1 – situação que ocorreria caso se usasse um processo de flotação ou de lavagem para purificar a areia. O ferro assim produzido estaria sólido, e talvez fosse descartado. As expressões usadas em egípcio antigo para ferro meteórico e para ferro fundido indicam claramente, po­rém, que a relação entre ambos era conhecida; o conhecimento do ferro meteórico pode ter dado aos fundidores de ouro a possibilidade de identifi­car o ferro fundido.

Outra reconstrução hipotética pode ser feita supondo-se que o ferro te­nha sido fundido acidentalmente em uma fundição de cobre. Quando os minérios de sulfato de cobre são aquecidos antes da fundição, convertem-se em óxido avermelhado, não muito diferente da hematita. Se o fundidor usou hematita no lugar de minério de cobre, sob condições redutoras, ob­teve a inútil escória fundida de ferro no fundo da fornalha, no lugar de cobre fundido. Se, contudo, ele prestou atenção aos pedaços reduzidos de ferro logo acima da escória, deve ter percebido que eles são maleáveis aci­ma de 1.000°C. Embora esta última fase da argumentação possa ser difícil de aceitar, parece razoável supor que a ideia de produzir metais a partir de mineral de minérios teria propiciado experiências com diversos minérios.

Na verdade, pode não ser necessário postular o provimento acidental de uma caldeira com minério de ferro; podem ter ocorrido experimentos propositais com minérios diferentes. A familiaridade com as proprieda­des do ferro meteórico pode ter facilitado a identificação do ferro como um material útil após ele ter sido produzido, acidental ou intencionalmen­te, diversas vezes. O fato de o primeiro ferro ter sido produzido nas pri­meiras fases da Idade do Bronze, e nas áreas onde ficavam as indústrias metalúrgicas mais prestigiadas, fortalece o ponto de vista da experimen­tação proposital. Também se deve lembrar que o ferro foi considerado um metal precioso durante muitos séculos após sua descoberta; o sucesso econômico inicialmente obtido com a produção de ouro e prata deve ter servido de incentivo para a descoberta de metais que trariam retorno fi­nanceiro similar para o fundidor bem-sucedido.

Embora o procedimento exato de fundição do ferro só possa ser objeto de especulação, sabemos quais técnicas novas eram necessárias para produzir um objeto útil nesses primeiros dias do processo de fundição. “A descoberta do ferro feito pelo homem […] não aguardou a evolução de um processo novo de fundição; foi quase inteiramente fruto de marteladas sobre um agregado incandescente e esponjoso de metal, escória e sujeira”. Assim nasceu a arte do ferreiro, dando início a um longo período de evolução tecnológica que acabaria dando origem à Idade do Ferro propriamente dita. São dois os processos básicos para a produção de ferro: o “processo de refinaria”, mais simples, e o “processo direto”. Diz van der Merwe:

“Um avanço importante da Idade do Ferro propriamente dito foi a desco­berta da cementação, técnica pela qual se produz o aço a partir do ferro refinado ou batido, e que geralmente está associada ao processo de refi­no. A descoberta dessa técnica costuma ser atribuída aos chalibas, súdi­tos dos hititas, e data aproximadamente de 1500-1400 a.C. Imagina-se que os hititas teriam mantido severo controle sobre o monopólio da manufa­tura da nova liga, o que lhes permitiu manter os preços artificialmente elevados. Esse ponto de vista baseia-se na interpretação de uma carta do rei hitita Hattusilis III (1281-1260 a.C.) para um correspondente desconhe­cido, e é alvo de discussões”.

Na Antigüidade, o ferro era o metal mais caro – desde que estivesse disponível! Van der Merwe informa que “o preço do ferro, nesses primei­ros estágios da confederação hitita (no início do segundo milênio a.C.), era cinco vezes superior ao do ouro e quarenta vezes superior ao da prata, e deve ter sido ainda mais caro durante o terceiro milênio a.C. Com preços assim, os objetos de ferro tinham como compradores os reis dos antigos impérios do Oriente Próximo, atingindo assim uma distribuição muito mais ampla do que as regiões de manufatura em si”.

No fim, os hititas foram destruídos e sua capital, Hattusas, vitrificada por um calor intenso, tendo início a moderna Idade do Ferro, segundo os historiadores. Os segredos da fundição do ferro disseminaram-se pelo Mediterrâneo. Fica uma pergunta: será que outras nações, como Índia e China, já possuíam o segredo do ferro?

A “Porta do Rei”, em Hattusa, a capital hitita

Metalurgia nas antigas Índia e China

O mistério do uso do ferro na Índia e na China intriga os metalurgistas modernos. Presume-se que esses países tenham desenvolvido o ferro e outras habilidades metalúrgicas de modo tardio em relação ao Ocidente, mas as evidências parecem apontar em outra direção. Nikolass van der Merwe apresenta a visão ortodoxa:

“Espalhando-se para o Oriente a partir do Mediterrâneo, o ferro se difundiu pela maior parte da Ásia antes da Era Cristã. Por volta de 1100 a.C., era usa­do na Pérsia, de onde foi para o Paquistão e para a índia. A data da chegada do ferro à Índia ainda é discutida; até recentemente, presumia-se que o fer­ro tivesse chegado ao norte da Índia por volta de 500 a.C., quando aparece em sítios como Taxila, Histinapura e Ahichatra associado a um tipo distin­to de pote, o “preto polido do norte”. Escavações recentes em Atranjikhera, Uttar Pradesh, porém, revelaram artefatos de ferro em associação com po­tes “cinza pintado”, de um período anterior à civilização do Ganges, e foram datados entre 1100 e 1000 a.C. Serão necessárias mais investigações arque­ológicas para avaliar o impacto do conhecimento do manuseio do ferro no norte da Índia, especialmente levando em conta as forças que contribuíram para a urbanização dos povos daquela área. No sul da Índia, pelo menos, especialmente no Decã, o ferro parece ter estimulado uma verdadeira “revo­lução” urbanizadora”.

A transmissão do conhecimento da manufatura do ferro para a China, se é que chegou a ocorrer, é um problema que ainda não foi solucionado. Exis­te a possibilidade de que o ferro tenha sido levado à China pelas tribos nômades das estepes eurásicas. Na segunda metade do primeiro milênio a.C., os Sármatas, tribo associada aos Citas, ocuparam a região próxima a Kansu, no noroeste da China. Os sármatas se valiam basicamente do bron­ze como matéria-prima metálica, embora usassem o ferro de maneira li­mitada. Sua presença no noroeste da China é marcada pelo surgimento de seu característico “estilo de arte animal” na Mongólia e em Ordos, onde data de 500 a.C., aproximadamente – possivelmente antes.

Como o ferro aparece na China durante o século VI a.C., talvez antes, é incerto afirmar que teriam sido os sármatas, de fato, a levar o conhecimento do ferro para a China. Caso o tenham feito, seria, na melhor hipótese, um caso de incen­tivo, pois os chineses não adotaram o processo direto, que até então era o único método de produção de ferro. Com efeito, o ferro fundido parece ter sido manufaturado na China desde essa época, e as técnicas do processo indireto foram se desenvolvendo. A tradição diz que o ferro não foi empregado nas Américas. Van der Merwe afirma:

“No Novo Mundo, não se pode afirmar que o ferro tenha sido usado em larga escala antes do período colonial. Pequenas quantidades de ferro, porém, chegaram ao norte do Alasca através da Sibéria. O ferro – datado de uma época relativamente antiga – foi encontrado em um sítio da cultura Ipiutak em Point Hope, no Alasca; do outro lado do Estreito de Bering, o ferro apare­ce em um sítio em Uelen, no antigo mar de Bering, costa de Chukchi. As duas culturas foram datadas de 300 d.C. O ferro, porém, não foi manufatu­rado no Novo Mundo enquanto os colonizadores vikings não chegaram à Terra Nova, por volta do ano 1000”.

Contudo, os arqueólogos ignoram as evidências de fornalhas para fun­dição de ferro descobertas em Ohio. Em seu livro The rediscovery of lost America, Arlington Mallery dá detalhes da descoberta de várias forna­lhas no sul de Ohio, usadas em tempos pré-históricos. Uma fornalha des­coberta por Mallery no monte Allyn, perto de Frankfort, em Ohio, era do tipo colméia, e tinha carvão e minério de ferro dentro. O monte tinha uns 18 metros de diâmetro e 2 metros de altura. Mallery comparou a caldeira às primitivas fundições de ferro de Agaria, ainda hoje em uso na Índia.

A introdução do livro de Mallery foi escrita por Matthew W. Sterling, então diretor do Departamento de Etnologia Americana da Smithsonian Institution. Na introdução, diz Sterling: “Será difícil convencer os arqueó­logos americanos de que existiu uma era do ferro pré-colombiana na Amé­rica. Esse item espantoso, porém, mostra que não podemos mais ter dúvidas. Os estudos detalhados dos metalurgistas e o novo método de datação por carbono-14 devem ser suficientes para servir de resposta definitiva a esse tema”.

O Pilar de ferro de Delhi

O pilar de ferro de Nova Delhi

No distrito de Nova Delhi, sul da Índia, há o famoso Pilar de Ferro, que geralmente é datado do século IV, mas que alguns estudiosos acreditam que tenha mais de quatro mil anos. Foi erguido como monumento a um rei chamado Chandra. É uma haste sólida de ferro com 40 centímetros de diâ­metro e 7,5 metros de altura. O mais espantoso é que ele nunca enferru­jou, embora esteja exposto ao vento e à chuva há séculos! O pilar desafia qualquer explicação não apenas por nunca ter enferrujado, mas porque parece feito de ferro puro, o que hoje só se consegue produzir em peque­nas quantidades mediante eletrólise! A técnica usada para fundir um pi­lar tão grande e sólido também é um mistério, pois seria difícil, mesmo hoje, construir outro pilar com essas dimensões. Ele é uma testemunha si­lenciosa do conhecimento científico altamente avançado da Antigüidade, e que só foi reproduzido recentemente. Mesmo assim, ainda não se encon­trou explicação para o fato de o pilar nunca ter enferrujado!

Como evidência adicional à presença de fundições altamente avança­das na Índia antiga, o boletim mensal Motilal Banarsidass Newsletter, de Nova Delhi, informou em sua edição de julho de 1998 que descobertas fei­tas pelo Departamento Estadual de Arqueologia, após escavações em Lucknow, distrito de Sonebhadra, podem revolucionar a história quanto à antigüidade do ferro. 0 departamento encontrou artefatos de ferro que datam entre 1300-1200 a.C. no sítio de Raja Nal Ka Tila, no Vale do rio Marmanasa, norte de Sonebhadra. Diz o boletim:

“A datação por meio de rádio-carbono de uma das amostras, feita pelo Insti­tuto de Paleobotânica Birbal Sahani, determinou que ela data de 1300 a.C., recuando a antigüidade do ferro em quatrocentos anos, pelo menos, até se­gundo as estimativas conservadoras. Essa datação do ferro é uma das mais antigas do subcontinente indiano”.

E são mesmo estimativas conservadoras. Como vimos, há muitas evi­dências de que a mineração e a manufatura de ferro já eram praticadas muito antes de 1300 a.C. Com efeito, se os épicos futuristas (parece estra­nho chamar de “futuristas” as histórias do passado) da Índia antiga ser­vem de indicativo, deve ter havido muita atividade metalúrgica na civilização hindu.

A misteriosa origem do alumínio

Em 1959, os arqueólogos da China comunista afirmaram ter desco­berto fivelas de cinto em uma antiga tumba chinesa. Dizia a notícia de jornal que elas teriam vários milhares de anos, mas, incrivelmente, eram feitas de alumínio. O alumínio é um metal curioso, pois seu processo de fundição a partir da bauxita exige muita eletricidade! Fotos das fivelas aparece­ram na revista francesa Revue de l’Aluminum, edição número 283, publi­cada em 1961, e reproduzidas aqui.

O processo moderno de extração de alumínio a partir da bauxita só foi aperfeiçoado em 1886. Esta descoberta, por sinal, também foi curiosa. A maior parte do alumínio produzida hoje é extraída da bauxita. Desco­berta em 1821 nas proximidades de Les Baux, na França (e de onde ga­nhou seu nome), a bauxita é um minério rico em hidróxidos de alumínio, formado pela ação do tempo em rochas à base de silicato de alumínio como feldspato, nefelita e argila. Com a ação do tempo, os silicatos se decom­põem e deixam para trás resíduos minerais ricos em alumina, óxido de ferro, óxido de titânio e um pouco de sílica. De modo geral, jazidas econo­micamente atraentes contêm pelo menos 45% de alumina e não mais do que 5% a 6% de sílica.

A maioria dos grandes depósitos de bauxita é encontrada em climas tropicais e subtropicais, em que chuvas, calor e vento combinam-se para estimular o processo de decomposição pelo tempo. Como a bauxita é sem­pre encontrada na superfície ou logo abaixo dela, sua mineração é reali­zada por meio de poço aberto. Se necessário, ela é triturada, peneirada, secada e embarcada para o local de processamento. Os principais produ­tores mundiais de bauxita são Austrália, Guiné, Jamaica, Brasil e Índia.

Embora a prova da existência do alumínio como metal só tenha surgi­do no século XIX, argila contendo o elemento metálico era usada no Iraque em 5.300 a.C. para a fabricação de cerâmica de alta qualidade. Certos com­postos de alumínio, como o “alume”, eram bastante usados pelos egípcios e babilônios desde 2.000 a.C. Apesar desses primeiros usos do “metal da argila”, porém, demorou quase quatro mil anos até o alumínio ser liberta­do de seus compostos, tornando-se um metal comercialmente utilizável.

O mérito pela primeira separação entre alumínio e seu óxido é do físico dinamarquês Hans Christian Oersted. Em 1825, ele afirmou à Real Acade­mia de Ciências que realizou esse feito aquecendo cloreto de alumínio anidro com amálgama de potássio, destilando depois o mercúrio. Seu produto, po­rém, era tão impuro que ele não conseguiu determinar suas propriedades químicas, restando-lhe apenas a observação de um brilho metálico.

Em 1845, após vários anos de experimentação, Friedrich Wohler con­seguiu – substituindo o amálgama por potássio – produzir glóbulos de alumínio com tamanho suficiente para que pudesse estudar algumas de suas propriedades. Em 1854, Henri Saint-Claire Deville substituiu o potássio, relativamente caro, pelo sódio, e, usando cloreto de alumínio-sódio no lu­gar do cloreto de alumínio, produziu as primeiras quantidades comerciais de alumínio em uma pequena fábrica perto de Paris. Barras e objetos va­riados feitos com o metal foram apresentados na Exposição de Paris de 1855, e a publicidade gerada pelo evento foi, em grande parte, responsável pelo lançamento da indústria do alumínio.

Em 1886, Charles Martin Hall, de Oberlin, Ohio, e Paul L. T. Heroult, francês, descobriram e patentearam, quase que simultaneamente, o pro­cesso pelo qual a alumina é dissolvida em criolita fundida e decomposta por eletrólise. Esse processo de redução, geralmente chamado de proces­so Hall-Heroult, sobreviveu a muitas tentativas de suplantação; é, até hoje, o único método para produção de alumínio em quantidades comerciais. As famílias dos inventores ganharam milhões, depois bilhões de dólares. O alumínio é produzido no mundo todo, geralmente onde a bauxita pode ser encontrada e a eletricidade é barata, como em países com boas usinas hidrelétricas.

Os hititas realizavam comércio com o Oriente Médio e foram pioneiros na metalurgia do ferro. Eles inventaram também os “carros de (bigas) guerra” para três pessoas (um condutor e dois guerreiros). Eram um povo guerreiro e a sua batalha mais famosa foi contra os egípcios, a batalha de Kadesh.

O alumínio é o metal mais abundante em nosso planeta, mas exige eletricidade para que se possa produzir um metal utilizável. Com efeito, a invenção do processo de extração do alumínio traz incalculáveis benefí­cios para a humanidade, proporcionando a avançada ciência metalúrgica necessária para inventos como aviões e naves espaciais. As fivelas encontradas pelos chineses em 1959 chamam a nossa aten­ção. Será que esses artefatos foram produzidos com eletricidade? O pro­cesso de fundição do alumínio a partir da bauxita requer eletricidade! Cientistas franceses examinaram as fivelas e publicaram seus estudos em 1961. Concluíram que os antigos chineses estavam produzindo alumí­nio por meio de um processo desconhecido.

Anomalias relacionadas com minas e metais

O sul da África tem muitas minas antigas, e muitas contêm curiosas ruínas de pedra. O arqueólogo J. Theodore Bent, que escavou algumas ruí­nas em 1891 e escreveu The ruined cities of Mashonaland em 1892, rela­tou que uma moeda romana do reinado de Antonino Pio (138 d.C.) foi encontrada em um poço de mina em Umtali.

Mas algumas minas do sul da África foram datadas de períodos muito mais antigos, recuando cinco mil anos ou mais. Algumas minas do sul da África foram datadas de 50.000 a.C. William Corliss menciona um artigo de 1967 na revista científica inglesa Nature sobre a natureza das minas do sul da África, que foram datadas de 26.000 a.C., aproximadamente! En­tre essas minas espantosamente antigas havia minas de manganês e de ferro. Diz o artigo:

“A única mina antiga de manganês já registrada fica no sul da África, mais precisamente em Chowa, perto de Broken Hill, Zâmbia […] As colinas Kafufulamadzi, situadas a 5 quilômetros dali, revelaram formações em quartzo do período final da Idade da Pedra, bem como ferramentas de man­ganês como as encontradas na mina de ferro Ngwenya, no oeste da Suazilândia […) que tinham ferramentas de mineração similares às encon­tradas em 1934 em Chowa”.

A datação de nódulos de carvão com carbono-14 nos níveis mais baixos das minas revelou as impressionantes datas de 22.280 ap e 28.000 ap (antes do presente). Amostras dos nódulos de carvão foram enviadas aos laborató­rios da Universidade de Yale e da Universidade de Groningen (Holanda) para datação. Yale informou um período entre 22.280 e 20.330 ap, cerca de 400 anos. Os laboratórios de Groningen apresentaram como resultado uma fai­xa entre 28.130 e 26.180 ap, cerca de 260 anos. Com certeza, temos evidên­cias de que o ferro e outros metais foram extraídos durante milhares de anos no sul da África, e provavelmente em outras áreas do planeta também.

Em seu livro Secrets of the lost race, Rene Noorbergen conta uma história bizarra. Com o subtítulo Who shot Rhodesian man?, Noorbergen afirma parecer que alguém atirou em um desses mineiros antigos. No Museu de História Natural de Londres, há um crânio humano descoberto perto de Broken Hill, na Rodésia [atual Zimbábue], em 1921. “Do lado es­querdo do crânio, vê-se um furo perfeitamente redondo. Não há, ao redor dele, aquelas fissuras radiais que teriam ocorrido caso o furo resultasse de uma flecha ou lança”, diz Noorbergen.

Só um projétil de alta velocidade como uma bala poderia causar tal furo. Do lado diretamente oposto do crânio há sinais de fragmentação, produzidos do lado de dentro. A mesma característica é encontrada em vítimas de tiros na cabeça com rifle de alta potência. Nenhum projétil mais lento teria pro­duzido um furo tão liso, nem o efeito de fragmentação. Uma autoridade ale­mã em autópsias declarou em Berlim que o dano causado no crânio do Homem da Rodésia só pode ter sido causado por uma bala, e se uma bala atingiu-o efetivamente, então teremos de avaliar o fato à luz de duas possí­veis conclusões: ou o Homem da Rodésia não é tão antigo quanto se alega, tendo no máximo dois ou três séculos, e ele foi atingido por um colonizador ou explorador europeu; ou os ossos são tão antigos quanto se supõe e ele foi atingido por um caçador ou guerreiro pertencente a uma cultura muito an­tiga, mas altamente avançada.

Em 1921, próximo a Broken Hill, no sul da Rodésia (agora Zimbabwe), foi encontrado o crânio de um Homem de Neandertal. Do lado es­querdo do crânio, vê-se um furo perfeitamente redondo. O dano causado no crânio do Homem da Rodésia só pode ter sido causado por uma bala em alta velocidade.

A segunda é a conclusão mais plausível, especialmente se levarmos em con­ta que o crânio do Homem da Rodésia foi encontrado 18 metros abaixo da superfície. Só um período de vários milhares de anos pode justificar um depósito com essa profundidade. Presumir que a natureza poderia ter acu­mulado tantos detritos e terra em um período de apenas duzentos ou tre­zentos anos seria ridículo.

Noorbergen conclui isso mencionando o crânio de um auroque, um tipo de bisão hoje extinto, descoberto a oeste do rio Lena e que foi datado em vários milhares de anos pelo Museu de Paleontologia de Moscou. O curador do museu, professor Constantin Flerov, ficou curioso com um pequeno furo redondo que atravessa a testa do crânio. O furo tinha aparência polida, sem rachaduras radiais, indicando que o projétil penetrou o crânio em velocida­de muito alta. O auroque sobreviveu ao tiro, como indica a calcificação ao redor do furo. O animal morreu depois, por outras causas.

Um motivo pelo qual não encontramos muitos objetos de ferro ou de outros metais com dezenas de milhares de anos é que um objeto desses não duraria tanto. A maioria dos metais, como ferro, cobre, bronze e estanho, sofre os efeitos da corrosão e se oxida, virando pó. Um prego de ferro expos­to à água enferruja e desaparece em uma questão de poucos anos. É por isso que o ouro é particularmente valioso: ele é indestrutível. Todo o ouro que existiu na Antigüidade ainda existe hoje, na forma de jóias, moedas, lingo­tes e outros objetos. O ouro é macio demais, porém, para ser usado em ar­mas ou máquinas, pelo menos em sua forma pura. Outros metais que duram bastante são o chumbo e o mercúrio. Para encontrar artefatos de metais oxidantes é preciso que eles tenham se mantido isolados do meio ambiente. As histórias apresentadas a seguir mostram que esses artefatos existem.

“Atrás do sol e bem abaixo de nossos pés, no centro da Terra, não há um ou dois mistérios nobres, mas dois livros de piadas”. Tennessee Williams

Uma vela de ignição encontrada em um geodo

Em 1961, Wally Lane, Mike Mikesell e a senhora Virgínia Maxey, co-proprietários da loja de presentes LM&V Rockhounds Gem and Gift Shop, de Olancha, na Califórnia, foram às montanhas Coso, na Floresta Nacional Inyo, perto do Vale da Morte, procurar pedras incomuns. Perto do alto de um pico de 1.400 metros de altura, acima do leito seco do lago Owens, descobri­ram um geodo fossilizado. Quando abriram o geodo, que geralmente con­tém cristais no interior, acharam algo parecido com uma vela de ignição.

No meio do geodo havia um núcleo metálico de 2 milímetros de diâ­metro, que reagiu a um ímã. À sua volta, havia o que parecia ser um colar de cerâmica, por sua vez encapsulado em uma capa hexagonal escavada em madeira que se petrificou, presumivelmente em época posterior. Ain­da havia um fragmento de cobre entre a cerâmica e a madeira petrificada, sugerindo que as duas podem ter sido separadas por um invólucro de co­bre, desfeito pela oxidação. À volta disso havia a camada externa do geodo, composta de argila endurecida, pedregulhos, fragmentos de conchas fós­seis e “dois objetos metálicos não-magnéticos semelhantes a um prego e uma arruela”. Com base nos fósseis contidos no geodo, estimou-se a idade do objeto em 500 mil anos, pelo menos!

Quando Ron Calais, pesquisador da equipe de Brad Steiger, analisou o artefato de Coso para o info Journal (v. 1, no 4) de Ivan T. Sanderson, o editor Paul J. Willis aceitou o desafio de sugerir o que poderia ter sido o objeto. Após examinar chapas de raios x do geodo e rabiscar um pouco com seu lápis, Willis disse que a parte hexagonal do objeto se parecia com uma vela de ignição.

“Fiquei atônito”, escreveu seu irmão, Ron Willis, “pois de repente todas as peças começaram a se encaixar. O objeto cortado ao meio mostra uma parte hexagonal, um isolante de porcelana ou de cerâmica com um eixo metálico central – os componentes básicos de qualquer vela de ignição”. Os irmãos Willis tentaram cortar ao meio uma vela de ignição comum, perto da parte hexagonal. Não demoraram a descobrir que a porcelana era dura demais para sua serra de arco, mas acabaram conseguindo cortar a vela.

“Descobrimos que todos os componentes eram similares aos do artefato de Coso”, escreve Ron, “mas com algumas diferenças. O anel de cobre ao redor das duas metades apresentadas no objeto parece corresponder ao anel selador de cobre da parte superior do invólucro de aço de uma vela de ignição”.

Eles acreditam que a parte hexagonal do geodo deve ser composta de oxidação, o restante de um invólucro de aço. Os irmãos Willis também perceberam que o eixo central da vela de ignição que eles desmontaram tinha um matiz que lembrava o bronze, e se lembraram das palavras de Virginia Maxey – que o núcleo metálico tinha uma “aparência levemente azinhavrada”.

Uma vela de ignição encontrada dentro de um geodo

A parte superior do objeto parece terminar em uma mola, mas Ron e Paul Willis presumem que aquilo que se vê na chapa de raios X pode ser “o resto de uma peça metálica estriada corroída”. Embora a maior peça metálica da seção superior do artefato de Coso possa não corresponder exa­tamente a uma vela de ignição contemporânea e comum, o efeito geral é, certamente, o de um tipo de aparato elétrico. Se foi um truque da mãe na­tureza, foi dos melhores.

Os irmãos Willis pediram que um membro do INFO visitasse Wallace A. Lane, que na época (1969, aproximadamente) residia em Vista, Califórnia, e tinha a posse do artefato de Coso. Virginia Maxey tinha dito a Ron Calais que o objeto fora exibido no Southeastern Califórnia Museum, em Independence, durante cerca de três meses em 1963, mas quando o INFO foi investigar, Lane estava com o artefato em sua casa. Lane disse que o artefato poderia ser vendido por US$ 25.000. Se alguém estivesse interessado, prosseguiu, se­ria melhor se apressar, pois diversos museus estavam interessados.

“Não há indicação de que algum cientista profissional chegou a exa­minar plenamente o objeto, e por isso sua verdadeira natureza ainda é questionável”, conclui Ron Willis em seu artigo. “O artefato de Coso pare­ce pertencer agora ao clube do qual são membros a múmia de Casper, Wyoming, o manuscrito Voynich e outros objetos forteanos cujos donos recusam-se a permitir que alguém examine o objeto em questão sem um pagamento exorbitante”.

Continua…

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